Suspensório de Pavlik: tratamento da displasia do quadril

Um dos principais métodos para o tratamento da displasia do desenvolvimento do quadril, o Suspensório de Pavlik tem como objetivo manter a cabeça do fêmur bem posicionada para que o acetábulo (osso da bacia) possa se desenvolver adequadamente.

Como posicioná-lo?

1) A cinta torácica deve ser colocada na altura dos mamilos e ajustada com uma folga de 2 dedos para permitir a expansão do tórax nas respirações normais.

2) A cinta na perna fica abaixo da linha do joelho e é ajustada com uma tira medial (que passa na frente da criança) e uma lateral (que ficará posicionada atrás da criança). A frente do joelho fica livre.

3) O ajuste das tiras anterior e posterior é feito pelo seu médico e ficará marcado, sendo reajustado conforme o crescimento do bebê.

O ajuste mais importante é o da tira anterior – responsável por manter o quadril em uma posição de flexão que varia entre 90 e 110 graus com relação ao tronco da criança, ou seja os joelhos ficam aproximadamente na altura do umbigo.

A tira posterior, mesmo ajustada, permite o fechamento dos joelhos até próximo a linha média do corpo. A abertura dos quadris é feita principalmente pela gravidade, por isso é muito importante que o bebê não fique em espaços apertados durante o tratamento, ou seja, locais que não permitam a abertura natural dos quadris.

O tempo diário de uso varia com cada caso, sendo o mais comum o de 23 horas/dia, podendo ser retirado para o banho. Em algumas situações ele precisa ser usado por um período contínuo (24h/dia).

Quais os principais cuidados?

Sugerimos que o suspensório seja utilizado apenas com uma roupa tipo body com gola para permitir a troca de fraldas sem a retirada do mesmo. Além disso meias longas protegem o pé e a perna.

Roupas apertadas por cima do aparelho podem fazer com que a abertura dos quadris não seja conseguida de forma natural, o que prejudica o resultado. Existem roupas próprias para serem utilizadas com o suspensório que tem um tamanho adequado.

Na hora da troca de fraldas, elevar o bebê pela região das nádegas, evitando tracionar os membros inferiores. O bebê deve ser carregado de frente ou de costas, evitando colocá-lo de lado para que os joelhos permaneçam afastados. O mesmo vale para a amamentação, que pode ser feita mantendo a criança de frente, com o abdome em contato com o da mãe, ou de outras formas que sejam confortáveis e mantenham o posicionamento adequado.

O uso de cangurus é possível durante o uso do suspensório em alguns casos, desde que o posicionamento das coxas e das pernas formem uma figura em “M”. Converse com o seu médico para saber se no caso do seu bebê este uso é recomendado.

Os pais devem inspecionar regularmente a pele nas regiões de dobras em busca de lesões e checar o ajuste das cintas para se certificar que não estão apertadas no tórax ou na perna.

O suspensório é um método dinâmico de tratamento, portanto, o bebê mobiliza ativamente os membros inferiores.  É importante verificar se o movimento de chute está presente diariamente, porque uma das complicações do método é uma alteração do nervo femoral, que pode ficar “dormente” (praxia), afetando o músculo quadríceps.

É importante ressaltar que não existe dor, apenas a falta do movimento, que deve ser comunicada imediatamente ao seu médico para que os ajustes ou mesmo retirada do aparelho sejam feitos.

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