Estudo com vacina da Pfizer aponta indícios de que vacinas de mRNA dão imunidade de longa duração

Um estudo de pesquisadores do Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, aponta ter encontrado dados que indicam que a vacina contra a Covid-19 da Pfizer, que utiliza da tecnologia pioneira do mRNA (RNA mensageiro), produzem uma resposta imune duradoura. As conclusões da pesquisa foram publicadas na revista científica Nature, e os pesquisadores avaliam que os resultados devem se aplicar também ao imunizante da Moderna, que usa o mesmo princípio.

Os pesquisadores identificaram que, mesmo meses após a vacinação, partes específicas do nosso sistema imunológico continuavam em funcionamento produzindo células que geram anticorpos. No caso, os pesquisadores identificaram que dentro dos nódulos linfáticos os chamados “centros germinativo” seguiam em atividade produzindo as células B, que são produtoras de anticorpos para combater infecções.

Infográfico mostra como funcionam vacinas de RNA contra o coronavírus — Foto: Anderson Cattai/Arte G1

Infográfico mostra como funcionam vacinas de RNA contra o coronavírus — Foto: Anderson Cattai/Arte G1

“Os centros germinativos são a chave para uma resposta imune protetora e persistente”, disse à agência Reuters o pesquisador Ali Ellebedy, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, que foi coautor do estudo publicado segunda-feira (28).

“Os centros germinativos são onde nossas memórias imunológicas são formadas. E quanto mais tempo tivermos um centro germinativo (ativo), mais forte e durável será nossa imunidade, porque há um processo de seleção competitivo acontecendo lá, e apenas as melhores células imunológicas sobrevivem”, explicou Ellebedy.

 

Na pesquisa, os cientistas analisaram células de centros germinativos em nódulos linfáticos das axilas de 14 pessoas imunizadas com a vacina Pfizer/BioNTech.

Três semanas após a primeira dose, todos os voluntários tinham centros germinativos que ainda geravam células B. A produção de células B “se expandiu muito” após a segunda dose e se manteve alta, de acordo com os pesquisadores.

Oito das 10 pessoas submetidas à biópsia 15 semanas após a primeira dose ainda tinham centros germinativos em funcionamento. “Ainda estamos monitorando os centros germinativos e em algumas pessoas eles ainda estão em atividade”, disse Ellebedy. “Isso é realmente notável.”

O mesmo efeito provavelmente também ocorre como a vacina de mRNA da Moderna, avaliam os pesquisadores.

Dentro do funcionamento do sistema imunológico, as células chamadas células T são as que sustentam o trabalho iniciado pelos centros germinativos após seu desaparecimento. Os pesquisadores planejam agora investigar a magnitude e durabilidade das respostas das células T após as vacinas de mRNA Covid-19.

‘Escolas de atiradores de elite’

 

A microbiologista Natalia Pasternak explicou na Rádio CBN que os “centros germinativos nos linfonodos” são como “escolas de atirador de elite” para células produtoras de anticorpos. “Após um primeiro contato com o virus, células B produzem anticorpos, que como já vimos, decaem naturalmente no sangue após algumas semanas, e isso é normal”, explica Natalia.

“(Nos centros germinativos) elas passam por um processo seletivo, e se especializam, aprendem a reconhecer diferentes sequências genéticas com alta afinidade. Assim, produzem anticorpos mais efetivos, e células de memória.”

“Outro aspecto interessante é que a vacina genética induziu a formação de anticorpos do tipo IgA, que geralmente são de mucosa. Esses anticorpos devem migrar para as portas de entrada do vírus, como nariz e boca, e proteger contra o contágio, e não só contra doença. Mais um bom sinal das vacinas genéticas, que indica que podemos controlar o vírus”, comentou a microbiologista.

Fonte: G1

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