Janeiro Branco: aumento de casos de influenza e Covid-19 pode provocar estresse

A campanha “Janeiro Branco” foi criada e promovida por psicólogos com o propósito de convidar a população a discutir a importância do cuidado com a saúde. O mês de janeiro foi escolhido, pois representa, simbólica e culturalmente, um mês de renovação de esperanças e projetos na vida das pessoas. É nesse momento que muitas pessoas param para colocar a vida em ordem e buscar equilíbrio. Tarefa nada fácil para quem vive ainda em meio a uma pandemia.

Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que “a pandemia interrompeu serviços essenciais de saúde mental em 93% dos países do mundo e, ao mesmo tempo, intensificou a procura por esses mesmos serviços”. No Brasil, de acordo com uma pesquisa do Instituto FSB, 62% das brasileiras e 43% dos brasileiros afirmaram que a saúde emocional ‘piorou’ ou ‘piorou muito’ durante a pandemia. “O isolamento social e as novas modalidades de trabalho remoto tornaram a vida das pessoas mais estressante e sem muitas opções de lazer”, destaca Renata Almeida, professora de psicologia da Wyden.

Para a professora e psicóloga, o comportamento de muitas pessoas de aglomerar-se acaba sendo natural, embora não recomendado. “O ser humano é um ser social, estar com os outros faz parte de sua natureza. É dessa forma que nos constituímos. O isolamento gera estranhamento e consequentemente a possibilidade de adoecimento psíquico”, aponta.

Durante os períodos críticos de isolamento social rígido, a professora aponta que alguns estudos destacam um aumento no número de casos de transtornos psicológicos e psicopatologias, como ansiedade e sintomas de humor deprimido. E, mesmo hoje, em que as restrições são bem menores, Renata avalia que ainda existe muito a ser estudado nesse aspecto.

Cuidados com a saúde mental

Em um momento crítico como o atual, existem várias maneiras de cuidar da mente – por isso, a campanha do Janeiro Branco precisa ser encarada de forma permanente, durante todo o ano. “Procurar ajuda de algum profissional, dentre eles o psicólogo ou mesmo um psiquiatra pode ser importante em algumas fases difíceis da vida. Ainda existe um preconceito muito grande com esse movimento. Mas o cuidado com a saúde mental deve ser uma prioridade no decorrer de nossas vidas, não necessariamente em momentos de crise”, recomenda Renata.

Outra medida que auxilia tanto a saúde física quanto a mental é a prática de atividades físicas e o hábito de manter uma alimentação saudável. Pois cuidar do corpo é também cuidar da mente. “Existem estudos que indicam a prática como recurso auxiliar no tratamento de depressão e ansiedade”, pontua a professora da Wyden.

Para iniciar uma rotina de exercícios, porém, é preciso cuidado. O educador físico e professor do curso de Educação Física da Estácio, Diogo Barbosa, alerta sobre a necessidade de estar seguro clinicamente antes de começar qualquer atividade. “É importante procurar um médico, fazer uma avaliação, realizar alguns exames, se necessário, pois é natural que ao praticar exercício físico o corpo precise gerar novas adaptações aos novos estímulos que estão sendo produzidos”, orienta.

A fim de se manter ativo na prática das atividades físicas e contribuir para a saúde mental, a dica do coordenador é encontrar algum exercício prazeroso e que se adeque ao seu estilo de vida. “Para ajudar na construção do hábito, é importante iniciar com um tipo de exercício que tenha mais identificação, que seja mais adaptável à rotina e que possa se encaixar bem junto às demais atividades diárias”, indica o educador físico.

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