Alimentação ruim e “dieta ioiô” geram maior risco de diabetes, aponta estudo

Este domingo (26) é Dia Nacional do Diabetes, data de conscientização criada em parceria entre o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com um estudo preliminar em ratos, o risco da doença metabólica aumenta em quem mantém uma “dieta ioiô”. Isto é, em pessoas que sofrem idas e vindas do peso ganho e perdido — o famoso “efeito sanfona”.

A pesquisa apresentada na reunião anual da American Physiological Society, entre 2 a 5 de abril na Filadélfia, nos Estados Unidos, mostra ainda que essas pessoas também podem ficar mais predispostas a doenças cardíacas. E mais: a situação não só atinge quem briga com a balança, mas pessoas em alimentação precária ou que vivem em insegurança alimentar.

A maioria dos estudos anteriores, seja em humanos ou cobaias, se focou nos impactos de curto prazo da perda de peso. Em vez disso, a nova pesquisa relata as consequências dos ciclos de perda e ganho de peso a longo prazo.

Para isso, os pesquisadores dividiram 16 ratos em dois grupos, sendo que um recebeu uma quantidade normal de alimentos e o outro consumiu três ciclos de dieta restrita com 60% da ingestão calórica diária normal, seguidos por três semanas de uma alimentação convencional.

Então os cientistas usaram um ultrassom para avaliar o funcionamento cardíaco e renal dos animais, além de exames de sangue para medir a sensibilidade dos roedores à insulina, hormônio cuja função é metabolizar e controlar os níveis de glicose no corpo.

“Descobrimos que os animais que passaram por vários ciclos de perda de peso e recuperação de peso corporal reduziram a função cardíaca e renal no final. Eles também tinham mais resistência à insulina, o que pode ser uma causa de diabetes”, explica em comunicado, Aline Souza, pós-doutoranda na Universidade de Georgetown em Washington, D.C, e primeira autora do estudo.

Mesmo entre aqueles animais que pareciam saudáveis após a dieta, o coração e o metabolismo deles não estavam sadios, segundo a pesquisadora. Com isso, o estudo pode explicar um possível aumento de problemas cardiovasculares e metabólicos que poderemos ver nos próximos anos, sobretudo devido à pandemia de Covid-19, que gerou problemas de acesso a alimentos entre lockdowns e desafios econômicos.

Para Souza, ainda são necessárias mais pesquisas em humanos para entender as consequências dos ciclos de dietas restritivas. Enquanto isso, os pesquisadores especulam que mudanças na expressão de genes em resposta à restrição calórica podem alterar as vias biológicas que regulam a pressão arterial e o metabolismo da insulina.

“Os resultados sugerem que quanto mais restritiva for a dieta, piores podem ser os resultados de saúde”, ela afirma. “As dietas para perda de peso precisam de uma consideração cuidadosa da saúde a longo prazo, especialmente se a perda de peso rápida estiver sendo contemplada como uma opção”.

Fonte: Revista Galileu

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