Máscara PFF2 oferece quase 100% de proteção contra Covid-19, diz estudo

Manter uma distância de três metros não é suficiente para evitar uma infecção pelo coronavírus Sars-Cov-2, conclui um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Max Planck para Dinâmica e Auto-organização, em Göttingen, na Alemanha. Mesmo com essa distância, uma pessoa que não tenha se vacinado pode contrair o vírus em menos de cinco minutos quando entrar em contato com alguém com Covid-19. O risco de infecção, segundo os cientistas, é de praticamente 100%.

Por outro lado, ressalta o estudo que será publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences nesta terça-feira (7), isso pode ser evitado com o uso de máscaras que se ajustem muito bem ao rosto. Máscaras cirúrgicas ou, de preferência, PFF2 diminuem dramaticamente o risco de contrair Covid-19.

Para entender melhor o papel das máscaras no combate à pandemia, a equipe alemã investigou, com um nível de detalhamento inédito, quanta proteção e sob quais condições essa peça é mais eficaz. E os cientistas se surpreenderam com os resultados.

“Não teríamos pensado que a uma distância de vários metros levaria tão pouco tempo para uma dose infecciosa ser absorvida do hálito de um portador do vírus”, disse Eberhard Bodenschatz, coautor do estudo e diretor do Instituto Max Planck de Dinâmica e Auto-organização, em nota.

A três metros, a respiração da pessoa infectada se espalha pelo ar em forma de cone e as partículas maiores, ricas em vírus, caem no chão após percorrer uma curta distância. “Em nosso estudo, descobrimos que o risco de infecção sem o uso de máscaras é enormemente alto depois de apenas alguns minutos, mesmo a uma distância de três metros, se as pessoas infectadas têm alta carga viral da variante delta do Sars-CoV- 2”, afirma Bodenschatz.

Tipos de máscaras

Para evitar o contágio, o estudo reafirma que máscaras PFF2 ou KN95 são particularmente eficazes na filtragem de partículas infecciosas no ar, especialmente se elas estão bem encaixadas ao rosto.

Se ambas, a pessoa infectada e a saudável, usarem PFF2, o risco máximo de contágio após contato por 20 minutos dificilmente será maior do que um para 1 mil — mesmo a distâncias muito pequenas. Mas se a máscara não servir direito, o risco cresce para cerca de 4%. Caso ambos estejam de máscara cirúrgica bem ajustada ao rosto, o risco máximo de transmissão é de 10% se as pessoas ficarem em contato por 20 minutos.

Os cientistas estimam também que, no dia a dia, a verdadeira probabilidade de contrair o vírus possa ser de 10 a 100 vezes menor. “Isso ocorre porque o ar que sai da máscara nas bordas é diluído, de modo que você não obtém todo o ar respirável não filtrado”, explica Bodenschatz.

A equipe ressalta que, para além do fato dos materiais de PFF2 e KN95 (além de alguns modelos de máscara cirúrgica) serem filtros muito eficazes, é muito importante que a máscara se encaixe perfeitamente no rosto das pessoas. É o ar que escapa das máscaras que irá determinar o risco de contrair Covid-19.

“Uma máscara pode ser perfeitamente adaptada ao formato do rosto se você dobrar sua tira de metal em um W arredondado antes de colocá-la”, ensina Eberhard Bodenschatz. “Então, as partículas infecciosas do aerossol não passarão mais pela máscara e os vidros [dos óculos] também não embaçam.”

O estudo também conclui que máscaras PFF2 bem ajustadas protegem 75 vezes mais do que as cirúrgicas também bem encaixadas ao rosto, mas, ainda assim, essas últimas reduzem significativamente o risco de ser infectado. “É por isso que é tão importante que as pessoas usem uma máscara durante a pandemia”, diz Gholamhossein Bagheri, coautor do estudo.

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