Cientistas criam IA capaz de diagnosticar diabetes pela voz

Novo estudo publicado no Mayo Clinic Proceedings: Digital Health, por pesquisadores da Klick Labs, empresa dedicada ao desenvolvimento de soluções cientificas, identificou variações vocais significativas entre indivíduos com e sem diabetes tipo 2 e demonstrou como um modelo de inteligência artificial seria capaz de detectar essas variações combinando a análise de áudios de 6 a 10 segundos com informações básicas sobre a saúde do individuo, como idade, sexo, altura e peso. Um avanço com potencial de facilitar significativamente o diagnóstico da doença, hoje feito por exames como o de curva glicêmica.

“Os métodos atuais de detecção podem exigir muito tempo, viagens e custos. A tecnologia de voz tem o potencial de remover totalmente essas barreiras.”, defende Jaycee Kaufman, primeiro autor do artigo e cientista pesquisador do Klick Labs.

Segundo a Federação Internacional de Diabetes, no mundo todo cerca de 240 milhões de adultos (quase um em cada dois) vivem com diabetes, sem saber que tem a doença. Destes, 90% são casos de diabetes tipo 2, ou seja, são pessoas que sofrem pelo corpo não produzir insulina ou criar resistência à insulina.

Para o estudo, os pesquisadores pediram a 267 pessoas (diagnosticadas como não diabéticas ou diabéticas tipo 2) que gravassem uma frase em seus smartphones seis vezes ao dia, durante duas semanas. Com mais de 18.000 gravações em mãos, os cientistas analisaram 14 características acústicas para detectar diferenças entre indivíduos não diabéticos e diabéticos tipo 2.

A equipe analisou uma série de características vocais, como mudanças no tom e na intensidade, mas que não podem ser percebidas pelo ouvido humano.Também identificaram que essas mudanças vocais manifestaram-se de maneiras diferentes para homens e mulheres. O modelo de IA foi então desenvolvido pelos cientes e demonstrou ter 89% de precisão para mulheres e 86% para homens.

Para Kaufman, autor principal do estudo: “A tecnologia de voz pode revolucionar as práticas de saúde como uma ferramenta de triagem digital acessível e acessível.” e, por isso mesmo, os próximos passos serão replicar o estudo e expandir a sua investigação utilizando a voz como diagnóstico noutras áreas, como pré-diabetes, saúde da mulher e hipertensão.

Fonte: Revista Galileu

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