‘Depois do Universo’: filme retrata o lúpus através da personagem Nina; conheça os sintomas da doença

O filme brasileiro “Depois do Universo”, conquistou o público através da história da pianista Nina, interpretada por Giulia Be. Na história, a jovem, que foi diagnosticada com lúpus na infância, faz sessões de hemodiálise enquanto espera por um transplante de rim, órgão afetado pela doença. A produção, que chegou a ficar entre as mais assistidas da Netflix, chama atenção para o problema que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), acomete 65 mil brasileiros.

Em “Depois do Universo” a protagonista descreve o lúpus como uma condição em que o corpo ataca ele próprio. A doença autoimune é uma das mais graves, pois faz com que os anticorpos “briguem” com as células do próprio organismo. A disposição genética é um dos fatores de risco, assim como fatores hormonais, infecciosos e ambientais.

A doença pode ter formas diferentes. Uma delas, o chamado lúpus discoide, é limitado à pele. Em outra forma, a condição pode ser desencadeada por medicamentos e, nesse caso, desaparece com o fim do uso. Já o lúpus neonatal, considerado raro, acontece em crianças que já nascem com a doença. No filme, Nina tem o lúpus sistêmico, a forma mais comum de manifestação, que pode acometer a pele e até mesmo os órgãos.

 

 

A personagem de Giulia Be representa cerca de 0,1% da população mundial. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, de 2019 para cá foram 83,8 milhões de atendimentos ambulatoriais a pessoas com lúpus e 4 mil óbitos.

A incidência do lúpus acontece, em maior parte, nas mulheres — nas mulheres negras a incidência chegar a ser de três a quatro vezes maior do que nas brancas. Apesar de qualquer pessoa poder desenvolvê-lo, a maior parte dos diagnósticos ocorre entre 15 e 40 anos de idade.

 

Entre os principais sintomas estão as lesões na pele, dor nas articulações, fadiga e dificuldade para respirar. Existem também sinais específicos que variam de acordo com a parte do corpo afetada. Mas o presidente da SBR, Marco Antônio Loures, alerta que a particularidade de cada paciente vai influenciar até mesmo o diagnóstico.

— Apesar de termos um diagnóstico, cada paciente é individual, um diferente do outro— comenta.

O tratamento é feito principalmente com corticoides. Além disso existem outros medicamentos utilizados, como aqueles que impedem a proliferação celular. Atualmente, o acompanhamento médico e o tratamento são oferecidos de forma integral e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar de todo os avanços, o lúpus requer cuidado. Pessoas com a condição não devem, por exemplo, se expor ao sol, porque o sol a radiação ultravioleta podem alterar proteínas da pele. Os pacientes precisam ir a consultas com regularidade.

— Todo cuidado é pouco. Hoje o paciente está bem, mas em dois, três dias pode ficar com uma crise mesmo tomando remédio. Ele tem uma virada muito rápida de atividade.— finaliza Loures

Caroline Nunes- *Sob supervisão de Adriana Dias Lopes

Fonte: O Globo

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