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De grão em grão, a saúde agradece

Para quem gostou e quer mais manual do dia a dia (semana passada foi sobre como colocar mais movimento na sua rotina, lembra?), hoje o tema é alimentação! Você não precisa ser um doutor em nutrição para fazer pequenas escolhas ou trocas na refeição visando ter mais saúde e disposição. Mas, pra facilitar, lanço aqui, especialmente para meus leitores, esse pequeno manual de como se alimentar com mais equilíbrio.

Primeiro, vamos imaginar algumas situações. Ao chegar a um restaurante self-service, repare o tamanho do prato. Ele já induz a pessoa “esfomeada” a encher todos os cantos vazios. Claro, o prato fica mais pesado e o preço mais cheio. Na sua casa, o tamanho do prato também pode ser menor que o normal. Leve isso em conta quando for comprar suas louças. Em países como Japão e Coreia do Sul, os bowls são pequenos. Servir porções menores é importante.

Uma pesquisa feita com pipocas em cinemas americanos, dividiu 4 grupos em 4 salas de cinema e cada grupo recebeu um saco de pipoca: na sala 1, saco grande, pipoca estourada na hora; sala 2, saco grande, pipoca estourada duas horas antes; sala 3, saco pequeno, pipoca estourada na hora; sala 4, saco pequeno, pipoca estourada duas horas antes. Qual grupo comeu mais pipoca? Todos comeram o saco inteiro. O fato é que não fomos programados para recusar alimento, porque não sabíamos quando seria a próxima refeição. Hoje a gente sabe bem, mas seguimos com dificuldade de recusar, mesmo quando não precisamos comer.

Voltando ao manual, vamos à segundo dica, que é deixar em primeiro plano, ou seja, no campo visual que você tem quando entra na cozinha, os alimentos mais saudáveis, como uma bela cesta de frutas, cereais integrais, entre outros, além de fazer uma arrumação da geladeira dando mais destaque àquilo que deveríamos “comer primeiro”. O que aliás, nos leva a terceira dica: pense no que você vai comer primeiro, em vez de pensar no que você não vai comer de maneira nenhuma (um pensamento bastante frequente para quem quer emagrecer). Quando estamos com fome não há nada pior do que ter que tirar da frente o que não “podemos” comer. É o início do ciclo da negação-frustração-compulsão. Então siga um novo caminho: escolher o que colocar na salada, comer sem pressa, depois servir o prato principal, e assim por diante. Pensando no sim, em vez de no não.

Quarta dica, seria não levar tantas coisas que queremos evitar pra casa. Aliás, na hora de fazer as compras, não esqueça três coisas: fazer uma lista, comer antes de ir (não vá de barriga vazia!), e pensar em dividir seu carrinho deixando 70% dele para comida de verdade e 30% para aquele belisquete, que, aliás, também faz parte da vida.

A quinta dica é com relação aos preparos. A comida para ser gostosa não precisa vir nadando no óleo, ser frita ou lotada de sal ou açúcar. Um refogado leve é tudo de bom.

A penúltima e sexta dica é matadora: saia da mesa e pare de comer mesmo quando achar que ainda cabe mais um pouco. Sua barriga não é um saco de lixo, que você precisa encher até não caber mais. A saciedade só sentimos alguns minutos depois que acabamos. Por isso, se você só para quando está “cheio”, alguns minutos depois vai perceber que quando parou, na verdade já estava “lotado”. E esse pouquinho a mais todos os dias é o que provoca o aumento de peso.

Por fim, a sétima dica: tenha uma boa relação com sua comida. Você precisa dela, todos os dias, várias vezes ao dia. Coma com felicidade, parcimônia e inteligência. Não com culpa e arrependimento. Nem com gula como se a comida fosse desparecer no dia seguinte. Esse é um dos prazeres que temos na vida e que bom quando temos comida e podemos escolher.

Espero que gostem e colecionem os manuais para uma vida mais saudável do Marcio Atalla. Em breve, trarei novos!

Fonte: O Globo

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