
Em 2021, o Brasil registrou uma das coberturas mais baixas da vacina BCG em bebês, com 79,5% de imunizados, em comparação com 100% em 2011.
Os dados são do Observa Infância, que conta com pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto.
A BCG protege contra a tuberculose, que é uma doença infecciosa e transmissível, e afeta principalmente os pulmões.
“Os riscos são reais, e a comunicação precisa ser permanente, não pode ser feita só em momentos de campanhas”, defendeu a coordenadora do Observa Infância Patrícia Boccolini.
À CNN Rádio, ela frisou que as quedas vêm sendo registradas desde antes da pandemia, e que diversos fatores levam à redução da cobertura vacinal.
“A gente teve um problema real de falta da vacina BCG, passamos a ter que importar, foi algo que teve impacto, mas não foi só isso”, disse.
Além disso, ela lembra que a BCG é a primeira vacina da vida da criança, e isso traz alguns desafios.
“A BCG tem dias específicos para aplicação nos postos de saúde, se a mãe chega e não é o dia, é uma oportunidade perdida de vacinação, porque há desafios para levar a criança recém-nascida.”
Segundo ela, o fato de a tuberculose não fazer parte do dia a dia faz com que os pais não tenham “percepção do risco real da doença.”
“É importante continuar vacinando para que não vejamos as crianças adoecendo”, completou.
Patrícia destacou que a busca ativa é fator essencial para aumentar a cobertura vacinal novamente.
“O agente comunitário sabe quantas crianças há no município e quais tomaram a vacina e então avalia o porquê algumas não receberam o imunizante.”
Na avaliação dela, o governo vai ter que focar nisso, com investimento em várias frentes, como na educação e desenvolvimento social.
*Com produção de Isabel Campos
Fonte: Amanda Garcia, CNN