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Morcegos podem guardar segredo evolutivo para vencer o câncer; entenda

No mundo dos mamíferos, os morcegos têm destaque não apenas por sua capacidade de voar, mas também pela alta expectativa de vida, sistemas imunológicos robustos e baixas taxas de câncer.

Publicado na revista Genome Biology and Evolution, da Oxford University Press, nesta quarta-feira (20), um estudo aponta a rápida evolução desses animais como a responsável por essas características – o que pode trazer novos aprendizados sobre a saúde humana.

Análises genômicas comparativas de morcegos e mamíferos suscetíveis ao câncer podem fornecer novas informações sobre as causas da doença e a ligação entre ela e a imunidade. Ao compreender os mecanismos do sistema imune dos morcegos que permitem sua tolerância a infecções virais, pode-se criar condições para evitar surtos de doenças transmitidas de animais para humanos.

Inclusive, pesquisas com morcegos e outros organismos complementam os estudos baseados em modelos de camundongos. Apesar de mais fáceis de manipular experimentalmente, os roedores apresentam menos características com implicações para as doenças humanas.

Assim, a partir de amostras de morcegos coletadas com a ajuda do Museu Americano de História Natural em Belize, os pesquisadores sequenciaram o genoma de duas espécies: a Artibeus jamaicensis e a Pteronotus mesoamericanus.

Após uma análise comparativa com uma coleção diversa de morcegos e outros mamíferos, os pesquisadores encontraram adaptações genéticas em seis proteínas relacionadas ao reparo de DNA e 46 proteínas em morcegos que eram ligadas ao câncer (estas já haviam sido catalogadas previamente).

Com isso, o estudo descobriu que, nos morcegos, esses genes alterados relacionados ao câncer eram enriquecidos o dobro de vezes em comparação a outros mamíferos.

“Continuamos a encontrar novas e extraordinárias adaptações em genes antivirais e anticâncer”, disse o principal autor do artigo, Armin Scheben, em comunicado. “Essas investigações são o primeiro passo para traduzir a pesquisa sobre a biologia exclusiva dos morcegos em percepções relevantes para a compreensão e o tratamento do envelhecimento e de doenças, como o câncer, em seres humanos.”

Fonte: Revista Galileu

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