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Adoçante pode estar ligado à ansiedade, descobre estudo

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual da Flórida descobriram que o aspartame, um adoçante artificial encontrado em quase 5 mil alimentos e bebidas, está ligado a comportamentos semelhantes à ansiedade. O estudo foi feito em camundongos e revelou que os efeitos se estenderam por até duas gerações dos machos expostos à substância.

“A extrapolação das descobertas para humanos sugere que o consumo de aspartame em doses abaixo da ingestão diária máxima recomendada pela FDA pode produzir mudanças neurocomportamentais em indivíduos que consomem aspartame e seus descendentes”, escreveram os pesquisadores.

No experimento, a equipe forneceu aos camundongos água potável com aspartame equivalente a 15% da ingestão diária máxima aprovada pela FDA, agência que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos. Para humanos, isso equivale a cerca de seis a oito latas de refrigerante zero ou diet de 236,5 ml por dia. Os animais receberam essa quantidade diariamente, por 12 semanas. O estudo teve duração de quatro anos.

 

 

Os resultados, publicados na revista científica PNAS, mostraram que os animais que ingeriram aspartame apresentaram um “comportamento semelhante à ansiedade pronunciada”. Isso foi analisado por meio de uma variedade de testes de labirinto, e se comprovou em várias gerações descendentes dos machos expostos ao aspartame.

“Era um traço tão robusto de ansiedade que acho que nenhum de nós esperava que veríamos”, disse Sara Jones, líder do estudo.

 

Por outro lado, quando os animais receberam diazepam, um medicamento usado para tratar o transtorno de ansiedade em humanos, eles deixaram de apresentar comportamento ansioso.

De acordo com os pesquisadores, quando consumido, o aspartame se transforma em ácido aspártico, fenilalanina e metanol, compostos que podem ter efeitos potentes no sistema nervoso central. Eles acreditam que a ansiedade causada nos animais pode ser resultado de mudanças epigenéticas. Ao contrário das mutações nos genes, as alterações epigenéticas são reversíveis e não alteram a sequência de DNA, mas podem alterar a forma como o corpo lê uma sequência de DNA.

 

 

“O que este estudo está mostrando é que precisamos olhar para os fatores ambientais, porque o que vemos hoje não é apenas o que está acontecendo hoje, mas o que aconteceu duas gerações atrás e talvez até mais tempo”, disse o coautor do estudo Pradeep Bhide, da Flórida.

Um estudo anterior havia mostrado que a nicotina causa mudanças epigenéticas nas células espermáticas de camundongos. Agora, os pesquisadores planejam uma publicação adicional focada em como o aspartame afeta a memória. A ideia para estudos futuros é identificar os mecanismos moleculares que influenciam a transmissão do efeito do aspartame entre as gerações.

Fonte: O Globo

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