Avaliação de Riscos da Covid-19 na APS – a importância da medição da saturação de oxigênio, em pauta no Conass

[Brasília] – O Conass realizou nesta sexta-feira (17) o debate virtual Avaliação de Riscos da Covid-19 na APS – a importância da medição da saturação de oxigênio, com o objetivo de apresentar e detalhar a utilização dos aparelhos que medem a saturação de oxigênio do sangue, considerando que os oxímetros podem salvar vidas nos estágios iniciais da doença, uma vez que o aparelho detecta a falta de oxigênio no sangue mesmo quando não há falta de ar, permitindo que pacientes sejam hospitalizados e tratados numa fase cujos sintomas da covid-19 não requerem internações em UTI.

Na ocasião o consultor do Conass, Eugênio Vilaça, anunciou a doação de 104.581 oxímetros para as equipes de saúde de todo o país, pelo projeto Todos pela Saúde.

Professor Eugênio Vilaça falou sobre o projeto Todos pela Saúde

Vilaça, que participa como especialista no projeto, explicou que a iniciativa faz parte de uma ação do Banco Itaú para colaborar no combate ao novo coronavírus, por meio de recursos geridos por um grupo de especialistas sob a liderança do diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chap Chap. “Esse movimento tem quatro grandes eixos:  informar, proteger, cuidar e retomar”, disse.

Das ações já realizadas dentro dos eixos do projeto, Vilaça citou a campanha sobre o uso de  máscaras, a distribuição de equipamentos de proteção individual, a instituição de gabinetes de crises dentro dos principais hospitais do país, o apoio psicológico aos trabalhadores que estão na linha de frente, a estimulação de programas de testagem em todo o país, entre outras.

A doação atende, segundo a assessora técnica do Conass e mediadora do debate, Maria José Evangelista, a uma reivindicação do Conass e do Conasems ao entenderem ser fundamental fortalecer o trabalho da Atenção Primária à Saúde durante a pandemia que cada vez mais se interioriza no país. “A APS tem de fazer aquilo que é necessário: identificar quem está doente, monitorar esse paciente e isolá-lo, mas para isso ela precisa ser dotada de insumos importantes para poder de fato, manejar adequadamente. Uma dessas coisas é a utilização do oxímetro, principalmente porque a Covid-19, em muitos casos, pode apresentar uma hipóxia silenciosa”, alertou a assessora.

Nilo Bretas, coordenador técnico do Conasems, observou que esta iniciativa terá um impacto gigantesco não só no manejo da Covid-19, mas também na qualidade e resolutividade das equipes de saúde do país inteiro.

Bretas salientou que a medida anunciada faz parte da implantação do Guia Orientador do Enfrentamento da Covid-19 na Rede de Atenção à Saúde, elaborado pelo Conass e pelo Conasems. “Mais do que ter um guia publicado, nós estamos trabalhando para que ele seja de fato implementado e que esteja sendo utilizado pelas equipes de saúde”, complementou.

Os debatedores, Priscila Rabelo, facilitadora da Planificação do Conass, e o médico de Família e Comunidade, gerente da APS da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Gonçalves, chamaram a atenção para a importância do uso do oxímetro como uma estratégia a mais na classificação de risco, principalmente levando em consideração a possibilidade de um quadro de hipóxia silenciosa.

“A saturação vem como um sinal de alerta para nós e essa medição irá nos fornecer informações de grandes relevância clínica. Precisamos observar de maneira particular para fazer um diagnóstico clínico diferencial”, disse Priscila, ressaltando ainda a necessidade de que todos os membros da equipe saibam manusear o aparelho, uma vez que fazer a verificação desses sinais no grupo de risco é fundamental.

Já o médico Fabiano Gonçalves enfatizou ser necessário pensar o uso do oxímetro, mas também pensar na classificação do quadro e, a partir dela, tomar a atitude mais necessária para o momento. “O aparelho está para nos auxiliar, mas temos sempre que correlacionar sua leitura ao caso clínico, atentando principalmente, para a ausência de sinais de alerta. É preciso nos atentar para a hipoxemia silenciosa”, reforçou.

Fabiano destacou o papel coordenador da APS e afirmou que no contexto da pandemia é preciso coordenar os cuidados, fazer atendimentos integrados e longitudinais e ser acesso para toda a população. “Precisamos reafirmar o papel da APS nesse momento que é fazer a identificação precoce, o atendimento e monitoramento dos casos leves e, o encaminhamento rápido e correto dos casos graves, além de dar suporte para as pessoas que estão vivendo esse momento. A APS é a porta aberta da saúde em cada canto do país então essa porta tem de ser também acolhedora”, concluiu.

Assista abaixo o debate na íntegra.

Fonte: CONASS

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