
Ao iniciar o processo de transição de gênero, a espanhola Ana Hellen, batizada com o nome de “Sergio”, descobriu que era intersexual, uma condição genética em que as pessoas nascem com genitálias masculinas e femininas e afeta entre 0,05% e 1,7% da população.
Ana, que achava ser uma mulher transexual, descobriu há dois anos que tem escroto, útero, ovários, trompas de Falópio e clitóris, e os lábios se desenvolvem como um micropênis, segundo ela.
— Eu descobri quem eu era quando me disseram que nunca tinha sido Sergio, que eu tinha órgãos de mulher , que eu já era do jeito que eu sentia. — disse Ana, que compartilha a sua história nas redes sociais.
Segundo ela, desde os 9 anos achava que ela era mulher. Aos 11 anos, ela sofreu os sintomas da menstruação . Ele tinha um escroto, mas sem testículos.
— Já sofri bullying por ser gay, quando poderia ter sido sempre a Ana Hellen desde pequena, tem sido muito difícil para mim — confessa a espanhola ao Telecinco, ao criticar o descaso médico de seu caso. Ana acredita que viveu enganada há 26 anos:
— E como dizer aos 26 que toda a tua vida foi uma mentira. Nunca fui Sérgio, nunca fui homem e sempre fui mulher.
Pílulas anticoncepcionais que sua mãe tomou durante a gravidez podem ter causado a condição genética, de acordo com o NIUS. Seu diagnóstico é de intersexo 46XX, no qual seus cromossomos correspondem aos típicos de mulheres, mas sua genitália externa é típica de um homem.
— Isso me fortaleceu , aprendi a amar meu corpo com o que tenho — diz Ana Hellen, que decidiu não sofrer nenhuma intervenção.
— Eu amo meu corpo como ele é, isso não faz com que eu me sinta menos mulher — finaliza.
Fonte: O Globo
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