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Homem desenvolve “dermatite por shitake” após comer cogumelos crus

Dois dias após ingerir uma refeição que continha shitake (Lentinula edodes), um homem de 72 anos desenvolveu uma erupção cutânea diagnosticada pelos médicos como dermatite por shitake. Ela ocorre quando os cogumelos são ingeridos crus ou mal cozidos e costuma desaparecer por conta própria, mas seus sintomas podem ser tratados com anti-inflamatórios. O caso foi registrado no The New England Journal of Medicine no dia 12 de outubro.

A condição foi relatada pela primeira vez no Japão em 1977 e é mais comum na Ásia devido aos hábitos alimentares, porém casos também já foram registrados na Europa, América do Norte e América do Sul.

Na dermatite por shitake, erupções lineares que causam coceira na pele surgem por causa de um carboidrato chamado lentinan, presente nos cogumelos. Ele desencadeia a liberação de mensageiros químicos que causam inflamação, como a interleucina-1. Assim, os vasos sanguíneos são dilatados e a erupção cutânea se desenvolve de dois a três dias após a ingestão.

Quando aquecido, o carboidrato é decomposto. “A dermatite por shitake não ocorre quando os cogumelos ingeridos são completamente cozidos a temperaturas superiores a 145 graus Celsius”, afirmou Eglė Janušonytė, coautor da pesquisa, em entrevista à revista Newsweek.

Dorso do paciente com dermatite por ingestão de shitake — Foto: The New England Journal of Medicine ©2023
Dorso do paciente com dermatite por ingestão de shitake — Foto: The New England Journal of Medicine ©2023

Na análise do caso, a equipe médica descartou a possibilidade de dermografismo, marcas elevadas que se formam na pele após arranhões. Também foram descartadas infecções virais ou bacterianas, pois não havia inchaço dos linfonodos. Assim, o diagnóstico foi feito com base no que o paciente havia comido e na presença de marcas “semelhantes a chicotadas” no tronco do corpo.

Para tratar os sintomas, foi prescrito ao paciente o uso de esteroides para aplicar nas costas, onde surgiram as manchas, e comprimidos anti-histamínicos. Após duas semanas, foi relatada diminuição da coceira, mas as manchas escuras permaneceram depois da redução da inflamação.

Os médicos esperam que esse caso aumente a conscientização dos profissionais da saúde a respeito dessa condição. Uma vez que o shitake está entre os cogumelos mais consumidos do mundo, há uma previsão de aumento dos casos. Além do uso de medicamentos, o paciente foi aconselhado a cozinhar totalmente os cogumelos em refeições futuras.

Fonte: Revista Galileu

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