Coletor menstrual, disco menstrual e calcinha absorvente: entenda os tipos, qual é ideal e como usar

Cada mulher descarta cerca de 3 kg de absorventes por ano, segundo dados do Recicla Sampa. O produto, que tem o plástico em sua composição, leva cerca de 400 anos para se decompor. Se você quer ajudar a reduzir essa “montanha” de lixo, existem opções sustentáveis e seguras.
Do coletor menstrual à calcinha absorvente, o g1 lista abaixo as principais alternativas. Apesar de elas serem mais caras do que absorventes comuns – o preço de compra inicial estava na faixa de R$ 40 no início de novembro -, a durabilidade e o custo-benefício no longo prazo devem ser considerados.
Também conta a favor desses métodos sustentáveis um maior tempo de uso contínuo do que os absorventes comuns, o que dá mais autonomia no dia-dia.
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Coletor menstrual : entenda os tipos e como usá-los corretamente — Foto: Foto: g1
Os coletores menstruais são recipientes de silicone onde o sangue se acumula para depois ser descartado. Eles são feitos com materiais hipoalergênicos e antibacterianos que evitam mau cheiro, já que o sangue não entra em contato com o ar, não havendo, assim, oxidação.
Eles existem em modelos diversos e a escolha do que é ideal para cada pessoa varia de acordo com os seguintes fatores: o comprimento dessa vagina, a quantidade de fluxo e o conforto de cada mulher, informa a ginecologista Juliana Vieira. Ela explica que os modelos costumam ser divididos por idade e se a pessoa já teve um parto ou não.
Os mais utilizados são os tipos A e B: o primeiro é indicado para mulheres com mais de 30 anos ou que já tenham tido filhos; o B é recomendado pelas fabricantes para quem tem até 29 anos e sem filhos.
Ele deve ser trocado a cada oito horas ou com, no máximo, doze horas de uso, recomenda o também ginecologista Luiz Brito, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Leia outras dicas e o depoimento de quem já usa ao fim da reportagem.
A faixa de preço variava entre R$ 50 e R$ 170 no início de novembro, bem mais cara do que absorventes comuns. Mas o coletor pode ser utilizado por até 10 anos, segundo algumas marcas, eliminando a compra de absorventes mensalmente e reduzindo, assim, a produção de resíduos plásticos.
Veja exemplos de coletor menstrual:
Coletor menstrual normal Korui
Para quem tem o ciclo considerado intermediário, ou seja, entre o leve e o intenso.
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Coletor Menstrual – Korui — Foto: Foto: Divulgação
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Coletor menstrual tipo B Inciclo
Para pessoas entre 20 e 29 anos que nunca passaram por nenhum tipo de parto. A fim de prevenir possíveis alergias, o recipiente é livre de qualquer tipo de corante, látex, gel, bisfenol, dioxina, cola e perfume, diz a fabricante.
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Coletor menstrual a Inciclo — Foto: Divulgação
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Coletor menstrual modelo L Yuper
Recomendado para mulheres com 30 anos ou mais que já passaram por uma gestação acima dos 7 meses.
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Coletor Menstrual Yuper — Foto: Foto: Divulgação
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Coletor menstrual tipo B Violeta Cup
Pode ser utilizado por pessoas com até 29 anos e sem filhos.
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Coletor Menstrual Violeta Cup — Foto: Foto: Divulgação
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Disco menstrual: entenda os tipos e como usá-los corretamente — Foto: Foto: g1
O disco menstrual tem a mesma finalidade do coletor, mas precisa ser posicionado ao fundo da vagina, encaixado embaixo do colo do útero.
Justamente por ser achatado, ele deixa o canal vaginal livre, possibilitando o sexo com penetração mesmo durante o uso, diferente do coletor.
A ginecologista Juliana Vieira ressalta que a única função do disco é evitar o sangue durante o ato e que ele não funciona como método contraceptivo nem previne doenças sexualmente transmissíveis (DSTs): “A camisinha nunca vai ser dispensável, mesmo no período menstrual”, orienta.
Luiz Brito, ginecologista da Unicamp, explica a diferença entre o disco menstrual e o diafragma: “O diafragma é uma substância de silicone discoide e tem um material espermicida dentro dele, e o disco menstrual não tem isso”.
Assim como o coletor, o disco menstrual pode ser utilizado por até 12 horas, dependendo do fluxo, e deve ser esterilizado com água fervente e sabão.
Com um gasto inicial alto se comparado aos absorventes tradicionais, o item pode ser utilizado por até 3 anos, segundo fabricantes. A faixa de preço variava entre R$ 45 e R$ 200, no início de novembro.
Veja algumas opções:
Disco menstrual Lovin – Inciclo
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Disco Menstrual Lovin Inciclo — Foto: Foto: Divulgação
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Disco menstrual Duo – Violeta Cup
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Disco Menstrual Violeta Cup — Foto: Foto: Divulgação
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Disco menstrual – Yuper
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Disco Menstrual Yuper — Foto: Foto: Divulgação
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Calcinhas absorventes — Foto: g1
A calcinha absorvente é semelhante à convencional; a única diferença, segundo o ginecologista da Unicamp Luiz Brito, é que ela tem duas camadas: “Uma é antibacteriana e a outra é responsável por absorver o sangue e transformá-lo em um líquido inodoro (sem cheiro) e de coloração transparente”.
O tempo de uso vai depender do ciclo menstrual de cada mulher e, de acordo a ginecologista Juliana Vieira, a maioria dos fabricantes recomenda não passar de 12 horas. Existem opções para cada ciclo: leve, moderado ou intenso.
A calcinha pode ser reutilizável após a lavagem, que pode ser realizada durante o banho ou na máquina, em processo semelhante ao realizado com a roupa íntima comum.
O gasto inicial é alto, considerando que você precisa ter pelo menos três peças, uma que será lavada após o uso, outra para a troca e uma extra. O produto estava em torno de R$ 80 no início de novembro, nas grandes lojas on-line. Mas cada calcinha pode ser reutilizada por até 2 anos.
Veja exemplos:
Calcinha absorvente clássica Inciclo
Ideal para quem tem fluxo leve ou moderado com modelo semelhante às roupas íntimas diárias.
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Calcinha Absorvente Inciclo — Foto: Foto: Divulgação
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Calcinha absorvente Korui
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Calcinha Menstrual Korui — Foto: Foto: Divulgação
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Calcinha absorvente fluxo moderado Pantys
Possui tecnologia de patenteada de secagem rápida e antibactérias, segundo informações do fabricante.
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Calcinha Absorvente Pantys — Foto: Foto: Divulgação
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Escolha e o uso correto de cada método
Para saber qual coletor menstrual é ideal para você, “a dica é fazer testes”, recomenda a ginecologista Juliana Vieira.
“Muitas vezes a mulher vai comprar segundo o fabricante e vai achar que aquele tamanho não deu muito certo com o seu fluxo ou teve algum vazamento. Pode precisar comprar um maior e vai usar o menor nos últimos dias do fluxo e o maior nos primeiros dias ou vice-versa”, recomenda a médica.
Para avaliar a intensidade do fluxo, é preciso observar a frequência com que se troca de absorvente: se é a cada 2/3 horas, seu ciclo pode ser considerado intenso. Se a troca acontece em um intervalo de 4/6 horas, o fluxo é fraco.
Na primeira utilização e antes e após cada ciclo, deve-se esterilizar o coletor com água fervente e sabão neutro. Essa limpeza pode ser realizada em uma panela ou no micro-ondas.
“A higienização é importante para evitar que fiquem resquícios de sangue, o que pode gerar a proliferação de bactérias. Ferver em água quente e deixar o período indicado pelo fabricante é o recomendado”, reforça Juliana.
Os mesmos cuidados valem para o disco menstrual. É fundamental manuseá-lo sempre com as mãos limpas e se atentar ao tempo de uso: “Estamos falando de sangue, uma substância nutritiva em termos de bactéria e ele parado por muito tempo em um ambiente quente pode gerar infecção”, sinaliza a médica.
O que diz quem já usou
O processo de adaptação do coletor ao corpo é apontado como uma desvantagem pela publicitária Larissa Ger, de 22 anos, que testou o produto.
Segundo ela, o fato de ter o colo do útero alto deixou o uso mais difícil. “Já aconteceu mais de uma vez de eu achar que não conseguiria retirar sozinha (o coletor) por não alcançar, e, com isso vem a frustração”, explica.
No entanto, ela pretende retomar o coletor em ocasiões especificas: “Por ser de uso interno, eu ainda guardo para usar na piscina ou na praia, por exemplo”.
A ginecologista Juliana Vieira explica que o que gera dificuldade na retirada do coletor é o vácuo que se forma, para que ele fique vedado. “Muitas vezes, a gente precisa dar uma dobrada nele, movimentar dentro da vagina para tentar desfazer essa vedação do contato das bordas do coletor com a parede vaginal para que ele saia de forma mais confortável”, ensina.
Ela ressalta que é um processo que requer prática e orienta as suas pacientes a levar o produto para a consulta: “Eu mostro como dobra, as formas de colocar”.
No caso do disco menstrual, a orientação para colocar é “apertar as bordas no formato do número oito, inserir a borda mais larga na vagina e, com o (dedo) indicador, verificar se encaixou”, recomenda o ginecologista Luiz Brito, da Unicamp.
Para evitar o vazamento durante a retirada, ele orienta fazer o processo lentamente: “O disco, se tirar muito rápido, vai extravasar sangue menstrual e a mulher pode se sujar”.
Mais prática na hora de usar, a calcinha foi a melhor solução para a especialista em entretenimento Fernanda Caseiro, de 27 anos. Ela tinha reações alérgicas ocasionadas pelo uso do absorvente.
“Mudou minha vida, eu nunca mais tive alergia ou vazamentos. Barato não é, mas acho que vale muito pelo conforto que proporciona”, opina.
G1