
[Brasília] – O presidente do Conass, Carlos Lula, alertou para necessidade de se discutir a situação dos leitos de UTI abertos durante a pandemia de Covid-19. Parte dos leitos, que funcionava de forma temporária, já foi desabilitada. Lula reforçou a necessidade de o SUS manter uma reserva estratégica de leitos de maior complexidade, sobretudo diante do receio de recrudescimento da pandemia. “Relatos de alguns Estados nos deixam assustados”, afirmou o presidente do Conass.
Nesta quarta, durante assembleia do Conass, representantes do Pará, Amazonas e Amapá apontaram um aumento recente de casos de Covid-19 em seus Estados e, consequentemente, uma maior demanda de atendimento nos hospitais. “Sabemos que recursos são finitos. Mas a manutenção de parte da capacidade do atendimento é fundamental para o equilíbrio do SUS”, disse. “Corremos o risco de ter uma segunda onda. Não podemos estar desprevenidos”, completou Lula.
As afirmações foram feitas durante a 8ª Reunião da Comissão Intergestores Tripartite, realizada na sede da Organização Pan-Americana de Saúde. No encontro, o presidente do Conass também reforçou a necessidade de se preparar uma estratégia de vacinação da população brasileira contra Covid-19. Há duas semanas, o Conass solicitou a adoção de medidas para incorporar vacinas produzidas pelo Instituto Butantan, assim como a de quaisquer imunizantes com eficácia e segurança comprovada. “É preciso pautar a discussão, discutir num ambiente de calma”, disse.
O secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, Jorge Luís Kormann, apresentou opinião semelhante a do presidente do Conass. “Estamos preocupados”, disse. Para ele, é preciso retomar as pactuações e ações referentes ao planejamento da vacinação. Ele lembrou que o calendário está apertado. “Resta muito pouco tempo para elaborarmos um planejamento factível.”
Kormann concordou ainda com a necessidade de discussão sobre leitos e retomada das cirurgias eletivas. Durante a pandemia, muitas das cirurgias que não eram consideradas de emergência foram postergadas. Além disso, diante do receio de pacientes de se contaminar por Covid-19 e das dificuldades de deslocamento, muitas consultas de acompanhamento foram desmarcadas. Com isso, procedimentos foram represados. A expectativa é de que, em 2021, parte dos pacientes volte a procurar os serviços.
Durante a reunião tripartite, o Ministério da Saúde apresentou medidas para ampliação e qualificação da vigilância e resposta ao novo coronavírus, o Projeto VigiAR SUS, uma Rede Nacional de Vigilância, Alerta e Resposta à Emergência de Saúde Pública decorrente da Covid-19 no país. O Governo Federal está investindo mais de R$1,5 bilhão nas ações que compõem o projeto. As ações foram pactuadas com Conass e Conasems. Saiba mais sobre o projeto. Também foi apresentada a minuta da portaria que institui o Programa Saúde com Agente, destinado à formação técnica de Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes de Combate às Endemias. A iniciativa deverá abranger 381 mil agentes, que com o curso serão transformados em técnicos.
Fonte: Conass