Confiança nas vacinas contra Covid-19 cresce em 2022, aponta estudo

Profissional de saúde prepara dose da vacina da AstraZeneca contra Covid-19, em Maintal, Alemanha 24/03/2021 REUTERS/Kai Pfaffenbach

A aceitação em relação às vacinas contra a Covid-19 aumentou em 2022, alcançando, assim, a confiança de 79,1% da população mundial, ante 75,2% em 2021. É o que aponta um levantamento que ouviu 23 mil pessoas ao redor do globo. Ainda assim, a pesquisa reconhece a permanência de um movimento de resistência e hesitação, sobretudo entre os mais jovens.

O estudo foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) e da Escola de Pós-Graduação em Saúde Pública e Políticas de Saúde da Universidade da Cidade de Nova York (SPH/CUNY). Esta é a terceira edição da pesquisa, que é realizada anualmente desde 2020. Os dados foram coletados entre junho e julho de 2022 e publicados na revista científica Nature Medicine.

A parceria internacional recolheu dados de 23 países populosos que foram duramente atingidos pela pandemia e, juntos, somam 60% da população mundial. São eles: Brasil, Canadá, China, Equador, França, Alemanha, Gana, Índia, Itália, Quênia, México, Nigéria, Peru, Polônia, Rússia, Cingapura, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.

Hesitação na hora de tomar a vacina

 

Em nota, Jeffrey Lazarus, chefe do Grupo de Pesquisa em Sistemas de Saúde da ISGlobal, destaca que “a pandemia não acabou e as autoridades devem abordar com urgência a hesitação e a resistência à vacina como parte de sua estratégia de prevenção e mitigação da Covid-19”. Para fazer isso de forma eficaz, ele defende que os governos precisam de dados sólidos sobre as tendências de hesitação vacinal e os fatores que têm causado esse comportamento.

O mapeamento indica que oito países observaram aumento da resistência, como é o caso da África do Sul, onde a procura pelo imunizante caiu 21,1%. Também, de forma preocupante, quase um em cada oito entrevistados vacinados revelaram estar hesitantes sobre tomar as doses de reforço, sendo esse movimento maior entre as faixas etárias mais jovens, de 18 a 29 anos.

“Devemos permanecer vigilantes no rastreamento desses dados, contendo variantes da Covid-19 e abordando a hesitação, que pode desafiar futuros programas de imunização de rotina contra a Covid-19”, afirma Ayman El-Mohandes, um dos autores da pesquisa. Jeffrey Lazarus complementa: “Nossos resultados mostram que as estratégias de saúde pública para aumentar a cobertura de reforço precisarão ser mais sofisticadas e adaptáveis ​​para cada ambiente e população-alvo”.

Quase 40% dos entrevistados relataram prestar menos atenção às novas informações sobre a doença, bem como às campanhas de combate à sua disseminação. Assim, os pesquisadores apontam que, nas estratégias tomadas para aumentar a aceitação da vacina, devem ser incluídas mensagens que enfatizem “a compaixão em detrimento do medo”.

Fonte: Revista Galileu

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