Dose de reforço pode aumentar durabilidade de proteção, diz infectologista

Em entrevista à CNN, a infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas Rosana Richtmann defendeu os benefícios da terceira dose da vacina contra a Covid-19, que deve ajudar a prolongar a resposta imunológica do organismo contra a doença.

O posicionamento vai ao encontro do proferido nesta semana pelo médico conselheiro da Casa Branca, Anthony Fauci, nos Estados Unidos, onde reforço pode começar dentro de semanas.

“Talvez essa dose de reforço não só faça com que a gente volte a ter um nível de proteção, mas talvez até um nível superior e, com isso, eu consiga uma durabilidade maior desta proteção, o que seria extremamente desejável”, explica a médica.

Richtmann defende que o melhor seria o Brasil aplicar, neste momento, a Pfizer como dose extra, uma vez que já há estudos comprovando sua eficiência nesta intensificação da proteção.

“A ciência já mostrou que a vacina de RNA mensageiro, Pfizer, funciona muito bem nessa dose de reforço, com o aumento da quantidade de anticorpos. Seria mais lógico utilizar uma vacina, neste momento, que já tenha resultado de estudos mostrando essa boa resposta.

Todavia, a infectologista não descarta o uso da Coronavac, principalmente na população jovem. Ela cita que o imunizante já foi testado para dose de reforço em pessoas até 59 anos e respondeu bem ao estudo.

“Como a gente sabe que a vacina de vírus inativado que é, por exemplo, a Coronavac, a resposta imunológica não é tão robusta quanto as vacinas de RNA mensageiro, em especial na população mais idosa, eu acharia mais lógico a gente de fato fazer uma vacina com uma melhor resposta para ter essa durabilidade maior e deixar a vacina de vírus inativado para uma população mais jovem que a gente sabe que responde muito melhor a praticamente qualquer vacina.”

Nesta segunda-feira (6), São Paulo começa a campanha de reforço contra a Covid-19. Receberão a terceira dose idosos de 90 anos ou mais. A orientação do governo do estado é que todos os imunizantes disponíveis nas unidades de saúde possam ser utilizados como dose extra.

A decisão do estado difere do recomendado pelo ministério da Saúde que estabelece o dia 15 de setembro como data do início da terceira dose, para pessoas maiores de 70 anos e, preferencialmente, com o imunizante da Pfizer. O líder da pasta, Marcelo Queiroga, em entrevista à CNN, disse que não recomenda o uso da Coronavac como dose extra enquanto não tiver o registro definitivo da Anvisa.

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