Em ratos, pesquisadores reparam células musculares do coração após infarto

Um estudo publicado no periódico The Journal of Cardiovascular Aging em maio deste ano apresentou uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade de Houston, no Texas, que pode trazer inúmeros benefícios para tratamentos cardíacos. Segundo os pesquisadores, a nova técnica pode regenerar células do coração após um ataque cardíaco.

Na prática, o método utiliza RNA mensageiro (mRNA) sintético para entregar proteínas que controlam a conversão de DNA em RNA. O estudo realizado em camundongos ainda está em fase de análises, entretanto, Robert Schwartz, professor de biologia, bioquímica e líder do estudo ressalta que a tecnologia inovadora tem potencial de se tornar uma estratégia clínica para o tratamento de doenças cardíacas em humanos.

De acordo com Siyu Xiao, uma das autoras do estudo, um benefício adicional do uso de mRNA sintético é que ele desaparece em poucos dias, diferentemente da terapia genética feita através de vetores virais que levantam várias preocupações de biossegurança porque não podem ser facilmente interrompidas. A entrega baseada em mRNA, por outro lado, muda rapidamente e desaparece.

Reparação cardíaca

Pesquisadores observaram que, em corações de camundongos, as proteínas STEMIN e YAP-5SA poderiam trabalhar em conjunto para aumentar a replicação das células musculares cardíacas (cardiomiócitos).

As experiências conduzidas in vitro tinham como objetivo regredir os cardiomiócitos em um estado mais parecido com o de células-tronco, para que eles pudessem se regenerar e proliferar.

Enquanto o YAP-5SA promove o crescimento de órgãos que faz com que os miócitos se repliquem ainda mais, o STEMIN ativa propriedades semelhantes às das células-tronco nos cardiomiócitos, desempenhando um papel fundamental nesse experimento.

Um segundo estudo realizado pelos cientistas e publicado na mesma revista revelou que, além da replicação celular, o STEMIN e o YAP-5SA podem melhorar a função cardíaca e a fibrose miocárdica de camundongos adultos após um infarto. Desta vez, o experimento foi realizado in vivo e os núcleos dos miócitos se replicaram pelo menos 15 vezes em 24 horas após as injeções cardíacas em ratos.

Segundo as pesquisas, essas descobertas são especialmente importantes porque o coração adulto não tem a capacidade regenerativa de autorreparação. Menos de 1% das células musculares cardíacas adultas podem se regenerar. “A maioria das pessoas morre com a maioria dos mesmos cardiomiócitos que tinham no primeiro mês de vida”, disse Xiao, em comunicado. “Quando há um ataque cardíaco e as células do músculo cardíaco morrem, a capacidade de contração do coração pode ser perdida” finaliza.

Fonte: Revista Galileu

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