Em testes finais, vacina contra vírus sincicial respiratório é 83,7% eficaz

A Moderna acaba de testar uma nova vacina desenvolvida a partir de RNA mensageiro direcionada ao combate do vírus sincicial respiratório (VSR) em adultos com mais de 60 anos. A mRNA-1345, como foi nomeada, apresentou nos estudos finais uma eficácia de 83,7% em casos associados às doenças do trato respiratório inferior.

Além disso, a revisão do imunizante pelo Conselho de Monitoramento de Dados e Segurança (DSMB) indicou uma boa tolerância, sem a identificação de problemas ligados à segurança dos vacinados. Assim, a Moderna anunciou em comunicado nesta terça-feira (17) que pretende submeter a vacina para a aprovação regulatória ainda neste primeiro semestre de 2023.

O VSR é um vírus respiratório sazonal altamente contagioso e uma das principais causas das infecções do trato respiratório inferior e de pneumonia, afetando, principalmente, bebês e idosos. Estima-se que, somente em 2019, o agente causou 5,2 milhões de casos de doenças graves e quase 500 mil hospitalizações em pessoas com mais de 60 anos.

As complicações geradas pelo vírus podem incluir desconforto respiratório, pneumonia, bronquite, hospitalização e morte. Além da infecção aguda, o VSR é capaz de exacerbar condições médicas subjacentes, como a asma. Em casos mais graves e raros, é possível que resulte em infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e declínio prolongado das funções respiratórias.

“Os resultados mostram um passo importante na prevenção de doenças do trato respiratório inferior em adultos com 60 anos ou mais. Esses dados são encorajadores e representam a segunda demonstração de resultados positivos do ensaio de fase 3 de nossa plataforma de vacina para doenças infecciosas de mRNA após a Spikevax, nossa vacina contra a Covid-19″, destaca Stéphane Bancel, CEO da Moderna, no comunicado. “Estamos ansiosos para publicar o conjunto completo das informações e compartilhar os resultados em uma próxima conferência médica sobre doenças infecciosas.”

Como foram os ensaios clínicos

 

O mRNA-1345 é uma vacina que consiste de uma única sequência de mRNA que é capaz de codificar a glicoproteína F presente na superfície do VSR. Essa substância é necessária para auxiliar o vírus a entrar nas células hospedeiras, assim, a sua conformação neutraliza o agente estranho ao corpo. O imunizante apresenta as mesmas nanopartículas lipídicas (LNPs) das vacinas da Moderna contra a Covid-19.

O estudo com o imunizante foi feito randomizado e duplo-cego (quando nem os voluntários e os pesquisadores sabem o que está sendo ingerido é o placebo ou o medicamento em teste). A testagem contou com a participação de aproximadamente 37 mil adultos com 60 anos ou mais de 22 países. Os endpoints primários de eficácia foram baseados em duas definições de doença do trato respiratório inferior, definidas como dois ou mais sintomas ou três ou mais sintomas.

Assim, a análise baseou-se em 64 casos com dois ou mais sintomas. Desses, 55 ocorreram no grupo placebo e 9, no grupo que tomou a mRNA-1345. Dos 20 casos que apresentaram três ou mais sintomas, 17 foram observados no grupo placebo e 3, em imunizados com a vacina. Dessa forma, além da eficácia de 83,7% contra casos de dois sintomas, o imunizantes atingiu uma eficácia de 82,4% contra casos de três sintomas.

Segundo a Moderna, os testes continuam a ser conduzidos e, até o momento, as reações adversas à vacina foram leves ou moderadas. Dentre elas, foram recorrentes os sintomas de dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, mialgia e artralgia.

A taxa geral de reações adversas sistêmicas graves foi de 4% para o grupo mRNA-1345 e 2,8% para o placebo. Já a taxa geral de reações adversas locais foi de 3,2% para mRNA-1345 e 1,7% para placebo.

Fonte: Revista Galileu

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