Estudo aponta enzimas que promovem o enfraquecimento da aorta abdominal

O aneurisma da aorta abdominal é uma doença caracterizada pela dilatação da aorta, vaso sanguíneo que sai do coração e passa pelo tórax e abdômen. A comunidade científica busca entender quais os mecanismos envolvidos na dilatação e rompimento desse vaso, pois a doença possui uma taxa de mortalidade acima de 90% e o único tratamento é a intervenção cirúrgica. Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP deram mais um passo para entender essa patologia em um estudo que identificou aumento de duas enzimas no sangue e no local do rompimento da aorta: as metaloproteinases (MMP) 2 e 9.

O trabalho recebeu o Prêmio Paul Dudley White, reconhecimento para o melhor trabalho de cada país participante da conferência internacional Vascular Discovery: From Genes to Medicine 2021 da American Heart Association, realizada entre os dias 22 e 24 de setembro, nos Estados Unidos. A organização americana tem o objetivo de lutar contra as doenças cardiovasculares.

As MMPs atuam na degradação das proteínas da matriz celular e permitem que as células fiquem unidas. “Com as amostras de sangue e tecido aórtico de todos os pacientes, percebemos que as MMPs 2 e 9 são responsáveis pelo enfraquecimento e perda de elasticidade da parede arterial contribuindo para o desenvolvimento da doença”, afirma a fisioterapeuta Jéssyca Michelon Barbosa, mestranda da FMRP e primeira autora do estudo.

Na pesquisa foi analisado um grupo de 31 pacientes diagnosticados com aneurisma da aorta abdominal atendidos no Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hospital das Clínicas da FMRP (HCFMRP) e o grupo controle com 15 pessoas com diagnóstico de morte encefálica.

“O resultado contribui para o entendimento da fisiopatologia do aneurisma de aorta abdominal, especialmente o que ocorre na aorta abdominal dos pacientes. Portanto, nosso trabalho busca entender melhor os mecanismos da doença aneurismática para que, assim, possamos ter perspectivas de tratamentos farmacológicos futuros”, explica Christiane Becari, líder do estudo e professora no Programa de Pós-Graduação em Clínica Cirúrgica do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRP.

Além de Christiane e Jéssyca, o trabalho contou com pesquisadores do Laboratório de Doenças Cardiovasculares e da Divisão de Cirurgia Vascular do Departamento de Clínica Cirúrgica da FMRP.

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