FDA aprova primeiro tratamento injetável para prevenir HIV; entenda

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos que corresponde à Anvisa no Brasil, aprovou, na última segunda-feira (20), o primeiro tratamento para prevenção do HIV que não envolve o uso diário de medicamentos. Em nota, a agência destacou a importância da medida para acabar com a epidemia do vírus no país.

O Apretude é um medicamento para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao vírus causador da síndrome da imunodeficiência humana, a aids. A inovação em relação a outros tratamentos preventivos é que se trata de uma droga injetável, aplicada com um intervalo de dois meses entre cada dose.

Segundo Debra Birnkrant, diretora da Divisão de Antivirais no Centro de Avaliação e pesquisa de medicamentos, essa é a primeira opção de profilaxia ao HIV no EUA que não envolve o uso de pílulas diárias – como o Truvada, um dos medicamentos mais utilizados por lá com essa finalidade.

Estão elegíveis para o tratamento com o Apretude adultos e adolescentes em risco que pesem pelo menos 35 kg. A princípio, eles receberão duas injeções do medicamento com um intervalo de um mês entre elas. Depois disso, o intervalo aumenta para dois meses.

Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos indicam que desde 2015 tem crescido o uso da PrEP entre os indivíduos para os quais o tratamento é recomendado. A adesão saltou de 3% para 25% em um intervalo de cinco anos no país. No entanto, grupos como o de homens jovens que se relacionam com homens têm resistência ao tratamento oral, que exige o uso de pílulas diárias.

Outros fatores que dificultam uma adesão mais ampla a esses medicamentos, segundo o CDC, são depressão, vulnerabilidade socioeconômica, dependência química e até mesmo os indivíduos que temem ser descobertos usando o medicamento de profilaxia.

A expectativa de especialistas é que o fato do novo medicamento aprovado ser injetável e com doses mais espaçadas aumente a adesão entre esses indivíduos expostos ao HIV para os quais o uso dos medicamentos orais não tem se mostrado uma opção realista.

As projeções otimistas em relação ao Apretude são baseadas em dois ensaios clínicos que mediram a eficácia do medicamento. Nele, pesquisadores compararam o risco de infecção pelo HIV entre indivíduos mais expostos ao vírus que se tratavam com o remédio oral Truvada ou com o injetável Apretude. Nos dois ensaios, a conclusão foi que a probabilidade de contaminação é significativamente menor com o uso do segundo medicamento.

Comments are closed.

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More

Privacy & Cookies Policy