
O chocolate amargo é sempre apontado por especialistas como um alimento que faz bem à saúde. E é verdade, desde que seja consumido sem excesso e tenha quantidades de cacau acima dos 70%, pois nestes casos, há menos manteiga de cacau e menos açúcar. Entretanto, há sempre um lado ruim. Um estudo feito pela organização americana Consumer Reports encontrou metais tóxicos ligados a uma série de problemas de saúde em 28 marcas de chocolate amargo.
Todas elas testaram positivo para chumbo e cádmio que são associados a problemas pulmonares, problemas de memória, câncer e até morte precoce.
O cádmio, por exemplo, é um elemento natural encontrado no solo que às vezes é absorvido pelas raízes da planta e acaba nos grãos de cacau. Em níveis mais baixos, o metal é associado a câncer nos rins e fragilidade óssea. Já o chumbo contamina os grãos através do meio ambiente, possivelmente quando é soprado pelo vento nas áreas circundantes enquanto os grãos secam ao ar livre. Em crianças, ele pode danificar seus cérebros e sistemas nervosos centrais em altas concentrações, levando a problemas de aprendizagem e comportamento.
Não há limite nacional de chumbo e cádmio em barras de chocolate definido pela Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora americana. Entretanto, a organização mediu os produtos de acordo com os padrões estabelecidos pelo Escritório de Avaliação de Perigos de Saúde Ambiental da Califórnia (OEHHA), em que diz que as pessoas não devem ser expostas a mais de 0,5 microgramas (mcg) de chumbo e 4,1 mcg de cádmio por dia.
Segundo o relatório da Consumer Reports, 82% das barras testadas, ou seja, 23 marcas, continham níveis de chumbo 2,5 vezes a mais do que o recomendado e 3 vezes mais de cádmio. Apenas cinco marcas de chocolate apresentaram teores abaixo dos padrões aceitáveis.
Os cientistas garantem que, apesar do alto teor de metais tóxicos, eles provavelmente não causarão nenhum dano de imediato. Uma pessoa precisaria comer pelo menos uma barra de chocolate por dia para sofrer os danos mais graves da exposição.
“Várias barras tinham níveis desses metais pesados abaixo dos limites estabelecidos na Califórnia. Isso mostra que é possível para as empresas fabricar produtos com menores quantidades de metais pesados – e para os consumidores encontrarem produtos mais seguros de que gostem”, disse Tunde Akinleye, pesquisador de segurança alimentar da Consumer Reports.
Fonte: O Globo