HIV continua a crescer entre jovens do sexo masculino, o que reforça importância da educação sexual

O Brasil registrou 41.919 novos casos de HIV e 37.308 casos de Aids em 2019, segundo os dados apresentados  no  Dia Mundial de Luta contra a Aids de 2020. Houve uma redução em relação ao ano anterior, quando foram somados 45.078 novos casos de detecção do HIV.

Mesmo assim, a epidemia continua a crescer entre adolescentes e jovens adultos do sexo masculino, segundo os números apresentados pelo Ministério da Saúde. De 2009 a 2019, a taxa de detecção de casos de Aids aumentou de 3,7 para 6,1 casos por 100 mil habitantes de 15 a 19 anos de idade, o que representa um aumento de 65%.

Na faixa etária de 20 a 24 anos, a taxa de detecção passou de 20,6 para 36 casos por 100 mil habitantes, ou seja, um crescimento de 75%. E entre jovens de 25 a 29 anos, as taxas passaram de 41,3 por 100 mil, em 2009, para 52 por 100 mil, em 2019, um aumento de 27%.

Esse tem sido o padrão nos últimos anos, o que reforça a importância dos programas de educação sexual nas escolas.

Além disso, é importante que esses jovens tenham acesso a recursos como a PrEP (profilaxia pré-exposição) e a PEP (profilaxia pós-exposição) ao HIV, que têm demonstrado impacto expressivo no controle de novos casos em várias partes do mundo.

No município de São Paulo, por exemplo, houve redução de novos casos pelo terceiro ano consecutivo, em 2019, o que a coordenadora de DST/Aids Cristina Abbate relaciona às ações de prevenção. Segundo ela, hoje há mais de 8  mil pessoas usando a PrEP no município.

Acesso ao tratamento

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 920 mil brasileiros vivem com o vírus atualmente, sendo que 642 mil conhecem o diagnóstico (89%), 77% estão em tratamento e 94% já não transmitem o HIV por via sexual porque já estão com carga viral indetectável.

“A maior concentração de casos de Aids está entre os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros. Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,4% do total de casos registrados”, diz o comunicado.

A pasta ressalta que os diagnósticos vêm melhorando no país. Se no ano passado estimava-se que 135 mil brasileiros tinham HIV sem saber, hoje o Ministério diz que são cerca de 100 mil.

O número de pessoas em tratamento, porém, ainda está aquém das metas definidas pela Unaids (braço das Nações Unidas para HIV/Aids), de 90% de pessoas cientes de que têm o vírus, 90% de todas as pessoas com HIV em tratamento, e 90% com carga viral suprimida ou indetectável.

A mortalidade por Aids, no entanto, diminuiu muito e a taxa atual, de 4,1 para cada 100 mil habitantes, é a menor dos últimos dez anos.

Aumento de HIV em gestantes

Segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento de 21,7% na taxa de detecção de HIV em mulheres grávidas nos últimos dez anos. Segundo a pasta, isso pode ser explicado, em parte, pela ampliação do diagóstico no pré-natal e a melhoria da vigilância da transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV.

Um dos indicadores para monitoramento da transmissão vertical é a taxa de detecção de Aids em crianças menores de 5 anos. Em 2019, foram 270 casos, o que representa uma taxa de 1,9 por 100 mil habitantes. Em 2015, foram 348 casos, o que representa uma taxa de 2,4 por 100 mil habitantes.

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