
O apresentador Fausto Silva, o Faustão, entrou para a fila única de transplante de coração. Segundo informações do último boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein, onde ele está internado há 15 dias, houve agravamento do quadro de insuficiência cardíaca e “há indicação para transplante cardíaco”.
O que é a insuficiência cardíaca?
A insuficiência cardíaca é uma condição na qual o coração não consegue bombear sangue adequadamente para os outros órgãos. O agravamento do quadro sobrecarrega o pulmão e podem levar à falência de outros órgãos, devido a falta de sangue e oxigênio. Para evitar que isso aconteça, é indicado o transplante.
Como funciona a fila para transplantes no Brasil?
No Brasil, a fila para transplantes de órgãos em geral é única. Ela vale tanto para pacientes do sistema público de saúde quanto privado e é organizada de acordo com a gravidade do caso, tempo de espera e tipagem sanguínea.
Atualmente, mais de 65 mil pessoas aguardam um órgão na fila, segundo dados do Ministério da Saúde. O número é um dos maiores dos últimos 25 anos.
A fila respeita a ordem cronológica de inclusão dos pacientes. No entanto, alguns podem ser colocados como preferencial devido à gravidade do quadro clínico. Nesse caso, os critérios são bem estabelecidos e predeterminados pelo Ministério da Saúde.
Transplante de coração
Do total de pacientes aguardando na fila por um órgão, 386 estão à espera de um coração, segundo informações do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), atualizadas na última quarta-feira (16). Embora o número de pacientes aguardando por um transplante de coração não seja tão alto quanto para outros órgãos, o tempo de espera pode chegar a 18 meses e muitos acabam falecendo enquanto aguardam.
— Se o paciente aguarda em casa, a espera é superior a 1 ano, podendo chegar a 2 anos. Se ele estiver hospitalizado e entrar como prioridade, pode chegar a seis meses — explica o cardiologista Félix Ramires, diretor científico da Socesp – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
A demora faz com que muitos pacientes morram na fila. Isso acontece porque, em geral, a urgência de um transplante de coração é maior do que a de outros órgãos.
Como funciona a doação de órgãos?
O primeiro problema para o alto número de pacientes na fila é o número de doadores. A legislação brasileira determina que mesmo que o paciente seja oficialmente um doador de órgãos, em caso de morte, a palavra final é da família. E, muitas vezes, a família não autoriza.
Mas esse não é o único. Há casos em que a captação do órgão não é feita da forma adequada, o que impossibilita o transplante dos órgãos de um paciente que seria um doador.
A doação de órgãos só é possível a partir da morte cerebral do paciente e para decidir quem será o receptor são considerados fatores como peso, altura e tipo sanguíneo.
Fonte: O Globo