
Relatar aos doadores de sangue quando e onde o plasma foi utilizado aumenta a probabilidade de realizar a transfusão novamente, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Hamburgo e publicado no site The Conversation.
Para o estudo foram analisadas cerca de 75 mil pessoas que haviam doado sangue nos dois anos anteriores. Enquanto uma parte simplesmente recebeu um agradecimento, a outra recebeu informações específicas sobre a data em que seu sangue foi usado e o nome do hospital onde isso aconteceu. Aqueles que receberam informações específicas tiveram 10% mais probabilidade de doar novamente do que o grupo apenas de agradecimento.
“A Cruz Vermelha Austríaca também enviou às pessoas uma curta mensagem de texto, incluindo a data em que uma doação foi utilizada e o nome do hospital, três semanas após a doação ou 10 dias antes de poderem doar novamente – com aproximadamente um mês de intervalo. Obter esses detalhes 10 dias antes de poderem doar novamente tornou-os 63% menos propensos a doar sangue novamente em comparação com pessoas que receberam a mesma mensagem três semanas após a última doação”, afirma as autoras principais do estudo, a professora de Marketing Digital da Universidade de Groningen, Edlira Shehu, e a professora de Sustentabilidade da Universidade Penn State, Karen Winterich.
Em um estudo adicional, as autoras trabalharam com a Cruz Vermelha Alemã, que enviou informações a mais de 16.000 pessoas que não doavam sangue há mais de dois anos. Eles foram agradecidos pela doação anterior e informados sobre como seu sangue foi usado, ou agradecidos e informados sobre como sua próxima doação seria usada.
Esses ex-doadores de sangue tinham 11% mais probabilidade de doar novamente quando lhes era dito como seu sangue foi usado no passado, em comparação com aqueles que apenas foram agradecidos ou informados sobre como sua futura doação poderia ser usada.
“Quando essas pessoas foram levadas a imaginar que haviam recebido uma mensagem de texto com detalhes sobre o uso do sangue que haviam doado no passado, sentiram que a organização se preocupava mais com elas consequentemente, elas estariam mais propensas a doar novamente”, dizem as autoras.
Com base nas descobertas, a Cruz Vermelha Austríaca substituiu a sua tradicional mensagem de agradecimento por informações sobre quando e onde o sangue foi usado. “Se fornecer aos doadores mais informações sobre como seu sangue foi usado aumentar as doações de sangue, isso poderá salvar vidas”, afirmam.
Estima-se que a cada dois segundos, alguém nos EUA precisa de sangue, plaquetas ou ambos , segundo a Cruz Vermelha Americana, uma organização sem fins lucrativos que recolhe 40% das doações de sangue do país. Como nem todas as pessoas elegíveis para doar sangue doam, há escassez periódica, que se tornou mais frequente.
Fonte: O Globo