Médico piauiense inventa detector portátil para tumores cancerígenos

“Aliviar seus efeitos é uma tarefa diária, curá-la, uma ardente esperança”, já dizia o médico William Castle em 1950 quando descrevia um dos tipos de Câncer, a Leucemia, numa demonstração de que esta doença é o assombro de muitos pacientes e é um desafio constante para medicina. É quase um consenso que um câncer diagnosticado logo no início aumenta fortemente a chance de cura, pois se busca, imediatamente, um conjunto de procedimentos que podem facilitar o tratamento e levar o paciente à finalização da doença e, enfim, a cura.

Quanto mais rápido chega-se ao diagnóstico, mais seguro é o planejamento para se alcançar o sucesso no tratamento. O diagnóstico depende de uma série de rotinas adotadas a partir de descobertas sobre o comportamento da doença, especialmente porque em geral, o organismo pode formar tumores benignos, que não consomem o paciente e que podem ser removidos sem danos maiores. O grande problema é quando aparecessem os tumores malignos, as chamadas neoplasias malignas, que se caracterizam pela proliferação descontrolada de células em razão de danos no DNA celular. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, quanto mais cedo a descoberta, maior a chance de cura.

Um dos exames mais avançados na detecção do câncer é o PET-CT Oncológico que é um exame por imagem com alto nível de detalhamento, feito em uma máquina que agrega técnicas de Tomografia Computadorizada (CT) e Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET). Esta tomografia por emissão de pósitrons é a responsável pela confirmação das atividades metabólicas celulares anormais, associada ao Câncer. Este tipo de equipamento é bastante preciso. Estudos apontam para um índice de 30% dos casos com mudança no tratamento, após o resultado de um PEC-CT, dada a precisão das imagens produzidas por este equipamento. Dá para imaginar o custo de um equipamento como este já que o exame feito por ele custa entre 3.500 a 5.100 reais?

Uma solução alternativa, para um exame de alta resolutividade, mas com um custo bem inferior e que pode revolucionar o diagnóstico de câncer pode ter saído da criatividade do médico piauiense Ary Oliveira Pires. Médico com especialidade em Medicina Nuclear e atuando em várias clínicas e hospitais de Teresina, Dr. Ary inventou e patenteou o Detector Ionizográfico. Assim como o equipamento que realiza a PEC-CT, o Detector criado pelo Dr. Ary em parceria com o pesquisador Helton Gírio Matos, pode combinar o diagnóstico feito por imagens e a detecção de substâncias radioativas que são inoculadas nos pacientes com câncer para provisão do diagnóstico. A diferença primária está na facilidade de trabalhar com o Detector Ionizográfico que é um aparelho portátil que deve ter um custo bastante reduzido quando produzido em escala industrial.

Dr. Ary Pires. Fonte: Arquivo pessoal.

Eu conversei com o Dr. Ary Pires que é um médico bastante antenado e está na linha de frente na realização de exames para diferentes doenças que podem ter seu diagnóstico associado às técnicas que usam os recursos da medicina nuclear. O equipamento foi testado em pacientes com nódulos de câncer de mama e os resultados aferidos pelo novo equipamento foram confirmados pelas técnicas já preconizadas para este diagnóstico. “Estamos muito animados com o registro da patente, respaldado pelos resultados já publicados que apontam para uma nova arma para diagnosticar precocemente diferentes tipos de neoplasias malignas”, ressaltou o Dr. Ary.

Detector Ionizográfico: aparelho portátil para detectar tumores cancerígenos. Fonte: Dr. Ary Pires.

Importante ressaltar que a pesquisa foi custeada pelo Dr. Ary e foi promovida aqui mesmo em Teresina (PI). O resultado pode ser um equipamento revolucionário que pode melhorar a eficiência do diagnóstico dos casos de tumores malignos, aumentando as chances de sobrevivência para os que lutam contra esta doença. Pesquisa feita no Piauí, por piauienses e é bom se frise: sem a ajuda de financiamento público!

Dr. Ary Pires tem a veia científica herdada da mãe, a Profª Drª Maria de Fátima Oliveira, pesquisadora da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). A bem da verdade o Piauí tem talentos que podem revolucionar diferentes áreas do conhecimento. O que nos faltam são governantes que tenham um mínimo de iniciativa.

Fonte: Cidadeverde.com

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