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Em testes, novo medicamento contra herpes também inativa Sars-CoV-2

Cientistas da empresa Maxwell Biosciences criaram imitações de peptídeos, chamadas de peptoides, que preveniram infecções pelo vírus da herpes em culturas de células humanas e em camundongos e inativaram o coronavírus Sars-CoV-2 em placas de laboratório. Os resultados preliminares dos experimentos foram compartilhados durante uma reunião virtual da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês), que ocorre entre 22 a 26 de agosto.

Os pesquisadores ainda estão testando os efeitos do componente nos roedores. Eles também pretendem investigar a eficácia dos peptoides contra cepas do vírus HSV-1, causador da herpes, resistentes ao aciclovir – considerado o melhor antiviral já aprovado pela agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) para tratar a condição.

Até agora, amostras enviadas pela equipe a laboratórios serviram para testar as moléculas sintéticas contra vários vírus, demonstrando bons resultados contra os patógenos causadores da gripe comum, do resfriado e das hepatites B e C. Além do mais, dois peptoides foram potentes no combate ao vírus da síndrome respiratória do Médio Oriente (Mers) e contra coronavírus mais antigos.

Os profissionais agora se preparam para testar a atividade das moléculas contra o Sars-CoV-2 em camundongos. “A infecção pelo vírus da Covid-19 envolve todo o corpo, uma vez que alguém fica muito doente com ela, então faremos esse teste por via intravenosa, além de analisarmos a ida da infecção para os pulmões”, conta Annelise Barron, cientista participante do estudo, em comunicado.

Os peptoides foram projetados pela equipe para serem menos tóxicos à saúde do que versões anteriores de peptídeos. Os cientistas ainda estão investigando seu funcionamento, mas acreditam que as novas moléculas feitas em laboratório perfuram o envelope viral, ligando-se ao material genético dos vírus para inativá-los.

Mas, de acordo com os estudiosos, a novidade também pode funcionar contra outros agentes infecciosos e está sendo testada como antifúngico, por exemplo. Ao contrário dos peptídeos, os peptoides resistem a enzimas e são eliminados pelo organismo menos facilmente, o que os torna candidatos ideais para serem usados como medicamentos.

Essas moléculas ainda têm a vantagem de serem baratas e fáceis de serem produzidas com apenas um sintetizador e alguns produtos químicos acessíveis. A previsão é que o produto entre na fase de testes clínicos dentro de 1 ano. “Você pode fazê-los quase tão facilmente quanto faz pão em uma máquina de pão”, compara Barron.

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