No Brasil, poucas empresas fornecem oxigênio industrializado, o que indica problema

[São Paulo] – Nos últimos dias, Manaus viveu uma situação de caos em decorrência da falta de oxigênio para os pacientes internados com covid-19. Há uma série de particularidades envolvendo a industrialização de oxigênio hospitalar e o professor José Roberto Simões, do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli, as explica em entrevista ao Jornal da USP no Ar Primeira Edição.

A realidade é que, no Brasil, há poucas empresas que fornecem o oxigênio industrializado, o que pode ser um problema em momentos de crise como a que aconteceu em Manaus. Simões comenta que “há alternativas para que o próprio hospital tenha seu sistema de concentração de oxigênio e não dependa exclusivamente do sistema criogênico”, a tecnologia de armazenamento e distribuição de oxigênio mais utilizada normalmente pelos hospitais no País.

Produção de oxigênio hospitalar – alternativa

O PSA – Pressure Swing Adsorption – é uma alternativa de ótimo custo-benefício e muito simples, de acordo com o professor, e poderia ser aplicada a tempo de contornar a crise na cidade do Amazonas. Segundo ele, já existem fornecedores desse equipamento no exterior e é necessário difundir esse conhecimento para que chegue aos responsáveis e seja considerado na tomada de decisão.

Simões acrescenta que falta organização para responder às demandas de um país de extensão continental como o Brasil. Recentemente, o Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP, conjuntamente a professores da Engenharia Elétrica, desenvolveu respiradores que estão sendo utilizados para enfrentar a pandemia.

A crise tem mostrado a necessidade de alguns setores que abastecem a área da saúde caminharem em direção à atualização das tecnologias, muitas que já vêm sendo desenvolvidas dentro das universidades, e, assim, evitar maiores tribulações.

Fonte: Jornal da USP

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