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Por que algumas pessoas são mais ativas do que outras? A resposta pode estar no nosso DNA

Por que algumas pessoas são mais ativas do que outras? A resposta pode estar no nosso DNA. É o que aponta um estudo recém publicado por pesquisadores da Universidade de Uppsala (Suécia), no jornal Science Daily.  Os resultados confirmam que a atividade física é benéfica para a saúde e sugerem que um estilo de vida mais sedentário pode ser explicado pela forma como os músculos respondem ao exercício.

Os pesquisadores combinaram dados genéticos de mais de 700.000 indivíduos que participaram de 51 pesquisas ao redor do mundo e identificaram 99 regiões de DNA que estão associadas a quanto tempo as pessoas relatam gastar em atividade física de intensidade moderada a vigorosa ou assistir a uma tela, durante o tempo de lazer.

A análise mostra que menos tempo de tela reduz o risco de obesidade e que menos tempo de tela somado a mais tempo em atividade física de intensidade moderada a vigorosa protege de diabetes, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, depressão e morte precoce.

Mais do que os benefícios do exercício físico, os cientistas identificaram que as variantes de DNA associadas ao tempo de tela de lazer são mais frequentemente localizadas perto de genes cuja atividade no músculo esquelético é alterada pelo treinamento de força. Isso sugere que esses genes podem influenciar a probabilidade de adoção de um estilo de vida ativo, afetando a resposta ao treinamento.

Os pesquisadores estudaram um gene com mais detalhes e identificaram uma variante de DNA que altera um bloco de construção de uma proteína presente apenas nas fibras musculares esqueléticas de contração rápida.”Essa mudança resulta em fibras musculares mais elásticas, que podem fornecer menos força, mas provavelmente são menos suscetíveis a danos musculares induzidos pelo exercício ou por um estilo de vida mais ativo”, explica o coautor do estudo, Andrew Emmerich, do Departamento de Biologia Celular e Molecular da Universidade de Uppsala.

No total, os pesquisadores identificaram 46 genes que podem ser relevantes para vincular genética e atividade física. Segundo eles, ainda não é possível afirmar que esses genes fazem com que alguém seja mais ou menos ativo fisicamente, mas os achados fornecem grandes pistas para novos estudos.

“Talvez no futuro seja possível até mesmo desencadear os efeitos benéficos da atividade física sem a necessidade de tornar a pessoa fisicamente ativa”, diz Marcel den Hoed, pesquisador do Departamento de Imunologia, Genética e Patologia da Universidade de Uppsala e principal autor do artigo.

Fonte: Revista Galileu

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