Em estudo, células humanas absorvem menos proteína vegetal do que animal

Cada vez mais pessoas optam por uma alimentação em que não há consumo de proteína animal. Por isso, quem adere a um estilo de vida vegano ou alimentação vegetariana costuma recorrer a “carnes” à base de plantas para obter esse macronutriente.
Plantas ricas em proteínas, como a soja, são ingredientes comuns nesses alimentos, porém ainda não se sabe se as proteínas em análogos de carne têm a capacidade de fornecer nutrição equivalente àquelas de animais.
Em um estudo publicado nesta quarta-feira (22) no Journal of Agricultural and Food Chemistry, da Sociedade Química Americana (ACS), pesquisadores relatam que as proteínas em um alimento substituto à base de plantas não são tão bem absorvidas pelas células humanas quanto aquelas obtidas pela carne animal. Para os autores, vinculados a diferentes universidades nos EUA, isso abre caminho para desenvolver produtos vegetais mais nutritivos.
Carne alternativa
Para imitar a aparência e a textura real da proteína animal, as plantas são desidratadas em pó e misturadas com temperos. Em seguida, as misturas são aquecidas, umedecidas e processadas. Normalmente, esses produtos são considerados mais saudáveis do que carnes de animais, porque as plantas usadas para produzi-los são ricas em proteínas e nutrientes e pobres em gorduras.
No entanto, testes de laboratório mostraram que as proteínas de substitutos não se decompõem em peptídeos como as das carnes. Nesta análise, os cientistas produziram uma carne à base de soja e glúten de trigo, e a partir de testes in vitro compararam as propriedades físico-químicas e a absorção celular dos peptídeos liberados pela carne vegetal e um peito de frango.

Apesar da semelhança física, ao serem moídos e decompostos em uma digestão simulada, os peptídeos substitutos da carne vegetal eram menos solúveis em água do que os de frango e também não eram absorvidos tão bem pelas células humanas.
Com esse novo entendimento, os pesquisadores destacam que o próximo passo é identificar outros ingredientes que possam ajudar a aumentar a absorção de peptídeos nesses novos alimentos.