Saiba quais são os principais sintomas das infecções sexualmente transmissíveis

A incidência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) aumenta com a prática de relações sem o uso de camisinha. Cerca de 60% dos brasileiros acima de 18 anos afirmaram não usar preservativo nenhuma vez à Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). O levantamento de 2019 também aponta que apenas 22,8% relataram usar preservativo em todas as relações sexuais, outras 17,1% afirmaram usar às vezes e 59% dos entrevistados, nenhuma vez.

As infecções já foram nomeadas anteriormente como “doenças sexualmente transmissíveis“, ou DSTs. A mudança de nomenclatura pelo Ministério da Saúde ocorreu em 2016, considerando que “doença” implica em sintomas visíveis no organismo, enquanto o termo “infecção” abrange períodos assintomáticos e podem ser detectadas por exames laboratoriais.

Essas infecções, quando apresentam sinais e sintomas, aparecem principalmente nas regiões genital e anal, mas também podem se manifestar em outras partes do corpo, como palma da mão, olhos e língua. Entre os sintomas, estão feridas, corrimentos e verrugas. Esses sinais geralmente são identificados nas ISTs mais conhecidas, como: herpes genital, sífilis, gonorreia, infecção pela clamídia, tricomoníase e infecção pelo HPV (papilomavírus humano)

Corrimentos

  • Aparecem no pênis, vagina ou ânus;
  • podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados;
  • podem ter odor forte e causar coceira;
  • provocam dor ao urinar ou durante a relação sexual;
  • nas mulheres, quando em pouca intensidade, o corrimento só é visto em exames ginecológicos;
  • podem se manifestar na gonorreia, clamídia e tricomoníase.

Feridas

Aparecem nos órgãos genitais ou em qualquer parte do corpo, podendo ser acompanhadas ou não de dor. Os tipos de feridas são variados e podem se apresentar em forma de bolhas (ou vesículas), úlceras, manchas, entre outros.

Podem se manifestar nas pessoas infectadas pela sífilis, herpes genital, donovanose, entre outras ISTs.

Verrugas

As verrugas são causadas pelo HPV e podem aparecer em forma de couve-flor. Em geral, não doem, mas podem causar coceira.

Doença Inflamatória Pélvica (DIP)

É outra forma de manifestação clínica das ISTs. Acontece, principalmente, quando a gonorreia e a clamídia não são tratadas da forma correta.

Atinge os órgãos genitais internos da mulher (útero, trompas e ovários), causando inflamações.

Importância da testagem

Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) podem ser silenciosas em grande parte dos casos. As infecções causadas pelo HIV, HTLV e vírus das hepatites B e C podem não apresentar sintomas em um primeiro momento.

Se não forem diagnosticadas e tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda a testagem, principalmente após exposição ao risco, como relação sexual sem preservativo.

Prevenção

O uso da camisinha em todas as relações sexuais – orais, anais ou vaginais – é o método mais eficaz para evitar o contágio das ISTs.

O preservativo externo é feito de látex e deve ser colocado no pênis ereto antes da penetração. O preservativo interno, que é feito de látex ou borracha nitrílica, é usado internamente na vagina, podendo ser colocado algumas horas antes da relação sexual. Os dois tipos de preservativo são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Além da camisinha, outras medidas complementares contribuem para uma prática sexual segura, de acordo com o Ministério da Saúde. São elas:

  • Vacinação para hepatites A e B e contra o HPV;
  • discussões com parcerias sexuais sobre testagem para HIV e outras ISTs;
  • testagem regular para HIV e outras ISTs;
  • realização de exame preventivo de câncer de colo do útero;
  • conhecimento e acesso à anticoncepção e concepção;

Outras medidas preventivas contra o HIV

As estratégias de prevenção ao HIV vão além do uso do preservativo. A prevenção combinada busca atender às necessidades e contextos individuais, de modo a evitar novas infecções pelo HIV, sífilis, hepatites virais e outras ISTs. De acordo com o conceito, a estratégia de prevenção pode ser mais eficaz quando adotada com base nas características específicas do momento de vida de cada pessoa.

Para pessoas que podem ter sido expostas ao HIV, existe uma medida de prevenção de urgência, a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que consiste no uso de medicamentos profiláticos.

A medicação deve ser iniciada o mais rápido possível, de preferência nas primeiras duas horas após a exposição e, no máximo, em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada por uma equipe de saúde.

Os medicamentos são disponibilizados pelo SUS e devem ser utilizados após o risco de contágio em situações como violência sexual, relação sexual desprotegida, acidente com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico.

Outra forma de prevenção é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), indicada para pessoas que não vivem com o HIV.

A PrEP consiste na utilização diária de uma combinação de dois medicamentos antirretrovirais (tenofovir + entricitabina), que apresentam composição similar aos utilizados no tratamento do vírus, que reduz em mais de 90% as chances de uma pessoa se infectar quando exposta ao HIV.

A retirada dos medicamentos da PrEP é condicionada às consultas regulares aos serviços de saúde. Por isso, a cada três meses, devem ser realizados exames de acompanhamento que verificam a reação aos medicamentos, além de testes para HIV, sífilis e hepatites B e C.

O medicamento começa a fazer efeito entre 7 e 20 dias de uso, dependendo do tipo de relação sexual. A PrEP é disponibilizada de forma gratuita pelo SUS. O medicamento pode ser comprado na rede privada, com o nome comercial de truvada, somente com prescrição médica.

Fonte: Lucas Rocha, CNN

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