Sem máscaras, distanciamento de 2 metros não é suficiente, aponta estudo

Ficar sem máscara em ambientes fechados, mesmo que seguindo a recomendação de manter dois metros de distância de outras pessoas, não é suficiente para se proteger contra o coronavírus Sars-CoV-2. É o que aponta um novo estudo, divulgado nesta terça-feira (5) na revista científica Building and Environment.

A pesquisa viu que, após alguém tossir, a ausência da máscara permite que mais de 70% das partículas virais transportadas pelo ar ultrapassem os dois metros de distanciamento em apenas 30 segundos. Isso é preocupante, já que limites de distância iguais ou inferiores já foram recomendados por autoridades de saúde do mundo todo.

O novo estudo, contudo, pode reformular as orientações e reforça a importância do uso de máscara — ainda que muitos países já tenham desobrigado seu uso ou, como é o caso do Brasil, estejam começando a considerar a medida. A equipe, que reuniu cientistas de universidades nos EUA e no Canadá, criou um programa de computador para simular com precisão a contaminação por tosse de pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 em espaços internos.

 

Evolução de tosse com máscara (Foto: Reprodução/www.mcgill.ca)
Evolução de tosse com máscara (Foto: Reprodução/www.mcgill.ca)

 

Com base em modelos científicos sobre fluxo de líquidos e gases, os especialistas descobriram que a ventilação, a postura dos indivíduos e, claro, o uso da máscara, alteram a dinâmica de disseminação do vírus.

Se pessoas estão sem máscara em um local fechado e alguém tosse, a transmissão do vírus se dá em partículas muito pequenas de água, conhecidas como aerossóis. O uso da proteção facial faz com que menos de 1% das partículas cruzem a distância estipulada de dois metros. Assim, o acessório reduz a taxa de contaminação do coronavírus pelo ar em cerca de 67%, segundo a pesquisa.

“Este estudo avança na compreensão de como as partículas infecciosas podem se espalhar de uma fonte para seu entorno e pode ajudar os formuladores de políticas e governos a tomar decisões informadas sobre as diretrizes para máscaras e distanciamento em ambientes internos”, resume Saad Akhtar, um dos autores da pesquisa, em comunicado.

 

Fonte: Revista Galileu

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