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Britânico descobre tumor cerebral após sentir cheiro estranho de “fósforo”

O britânico Neil Danziger, de 47 anos, começou a sentir tontura seguida de um cheiro esquisito do que lembrava um fósforo queimando ou fogos de artifício. Aquela situação inesperada que se repetia permitiu que ele fosse diagnosticado com um tumor maligno no cérebro.

O homem começou a sentir os desconfortos em dezembro de 2020, conforme ele contou ao serviço de notícias britânico South West. “Muitas vezes, se eu estivesse fazendo algo, precisava me sentar, e isso era seguido por um forte odor”, ele relatou.

O pai de dois filhos, que já havia sofrido de pressão alta e colesterol no passado e tinha um avô que morreu de ataque cardíaco aos 60 anos, ficou preocupado. Ele foi ao médico pensando que seus sintomas estranhos poderiam estar relacionados a uma obstrução sanguínea.

No entanto, testes revelaram que Danziger tinha, na verdade, um glioblastoma do tamanho de uma ervilha, um tipo agressivo de tumor cerebral, medindo menos de 1,2 cm. De acordo com a Associação Americana de Cirurgiões Neurológicos (AANS), em adultos este tipo de câncer ocorre frequentemente nos hemisférios cerebrais, especialmente nos lobos frontal e temporal do cérebro.

Trata-se de um câncer devastador que pode resultar em morte em seis meses ou menos, se não for tratado. Apesar de Danziger ter sentido o cheiro misterioso, a maioria dos pacientes vão apresentar sintomas sutis como dores de cabeça, náusea, vômito, visão embaçada ou problemas de fala, conforme esclarece o neurocirurgião da AANS, Vikram C. Prabhu.

“Às vezes, eles podem ter convulsões, que são seguidas de tomografias computadorizadas e ressonância magnética que revelam o tumor”, acrescenta o médico, que atua no Centro de Câncer Cardinal Bernardin, em Illinois, nos Estados Unidos.

História de superação

 

Devido ao tamanho reduzido de seu tumor, Danziger estava otimista. “Eu tinha ouvido falar de pessoas com tumores do tamanho de ameixas ou maçãs e eu tinha uma ervilha. Então, pensei ‘tenho uma ervilha, posso fazer isso’ ”, recordou.

O paciente passou por uma operação para remover o tecido cancerígeno em 8 de fevereiro de 2021, depois de consultar um neurologista. “Tudo correu muito bem e eles ficaram felizes com a minha recuperação”, disse. “No dia seguinte, eu estava me sentindo bem, mas um pouco dolorido na lateral da cabeça, onde eles operaram”.

Após a cirurgia, uma biópsia de seu tumor foi enviada para ser testada, onde os médicos descobriram que as células ao redor do tecido eram devidas a um gene mutante mais comumente encontrado em tumores do sistema nervoso central primário, e temiam que dias piores estivessem por vir.

Foi quando os médicos recomendaram um plano de tratamento mais intenso, que consistia em radioterapia e quimioterapia combinadas, seguidas de seis meses de quimioterapia. Após terminar sua quinta rodada de quimio, Danziger passou por varreduras regulares.

O sobrevivente e sua esposa arrecadaram £ 16 mil (cerca de R$ 99,5 mil) para pesquisas de tumores cerebrais, participando do evento de arrecadação Caminhada da Esperança para Pesquisa de Tumores Cerebrais em 2022.

“A Caminhada da Esperança foi uma experiência tão gratificante e agradável”, detalha o paciente. “Muitos amigos se juntaram a mim, incluindo vários que costumavam me levar às minhas sessões de radioterapia e depois passear comigo pelo Regent’s Park então caminhar 21 km por Londres com eles foi fantástico”.

A atitude solidária rendeu a Danziger e Victoria um convite para a Universidade Queen Mary de Londres, onde conversaram com cientistas que trabalham na pesquisa de glioblastomas e colocaram seis ladrilhos em um Muro da Esperança simbólico, representando o valor arrecadado.

“Ontem tive a honra de visitar o laboratório de tumores cerebrais Queen Mary para colocar os 6 ladrilhos que levantamos durante a minha Caminhada da Esperança há alguns anos”, relatou o britânico no Instagram no último dia 9 de fevereiro de 2023.

“Obrigado a todos por sua gentileza e apoio nos últimos dois anos. O trabalho que você faz para conscientizar e financiar os brilhantes técnicos de laboratório é maravilhoso. Encontraremos uma cura”, acrescentou o homem, que agora já concluiu sua última sessão de quimioterapia e não teve mais sinais de crescimento do tumor.

Fonte: Revista Galileu

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