Conass debate a Atenção Primária à Saúde no enfrentamento do Covid-19

[Brasília] – A Câmara Técnica de Atenção Primária à Saúde (CTPAS) do Conass reuniu-se virtualmente nesta quarta-feira (22), para debater o alinhamento das ações de Atenção Primária à Saúde (APS) nos tempos da pandemia do Covid-19. Além dos técnicos das secretarias estaduais de saúde e de especialistas do PlanificaSUS, a reunião também contou com a participação do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Na ocasião foram apresentadas experiências exitosas do município de Curitiba e de Uberlândia.

Maria José Evangelista, assessora técnica do Conselho e responsável pela CTAPS, ressaltou ser fundamental o debate uma vez que já está provado que a Atenção Primária, se organizada, ajuda a diminuir o número de pessoas que procuram os hospitais.

O coordenador técnico e assessor para Relações Internacionais do Conass, Fernando Cupertino, destacou a importância da reunião, uma vez que o momento atual representa um desafio adicional para a APS. “Não pelo fato apenas de que ela pode e deve colaborar no enfrentamento da pandemia, mas também pelo fato de que ela não pode se descuidar das suas tarefas cotidianas”, disse.

Já o coordenador da assessoria técnica do Conasems, Nilo Bretas Júnior, afirmou que “assegurar a governança no cuidado à saúde é fundamental para atuarmos nesse momento que estamos sendo postos a prova” e enfatizou a importância da  Rede de Atenção à Saúde, sendo a APS  a sua principal porta de entrada.

Ainda na reunião o assessor técnico do Conass, Nereu Henrique Mansano, colocou os participantes a par da situação atual dos testes rápidos e dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Sobre os EPI, Mansano reforçou serem essenciais e estruturantes para o enfrentamento da pandemia e disse que precisa haver bom senso na distribuição dos quantitivos repassados pelo Ministério da Saúde.

Experiências exitosas

A secretária municipal de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak apresentou a experiência do município em relação a organização do processo de trabalhos das equipes com relação a pandemia, do ponto de vista da assistência à saúde.  Huçulak observou que o cenário ainda é de muitas dúvidas e poucas respostas mas apresentou algumas ações tomadas antecipadamente pela secretaria que vem apresentando bons resultados, como a capacitação de profissionais de saúde que atuam nos serviços de atendimentos de urgência e emergência das redes públicas e o treinamento sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), onde mais de mil profissionais foram treinados. Além disso, a SMS também convocou alunos de universidades, em especial da área da saúde, para formar um mutirão de solidariedade e de voluntariado para atender a população da terceira idade de Curitiba. Estes voluntários atuam nas Unidades Básicas de Saúde, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e também em uma central telefônica de atendimento.

“Quando iniciamos esta central de atendimento tivemos uma queda na procura pelas unidades de pronto atendimento. Esta é uma ação muito muito relevante e agora também demos início a tele consulta onde atendemos mais de 400 pessoas”.

Em Uberlândia, a organização dos macroprocessos foi fundamental no enfrentamento do Covid-19, segundo a consultora do Conass, Rubia Pereira. “Isso nos nos proporcionou fazer um planejamento direcionado com maior, a partir do momento em que temos a população cadastrada, as subpopulações identificadas, com estratificação de risco e Fluxos definidos”. (Acesse aqui a apresentação).

Ela apresentou ações como a elaboração de material específico para o momento, por meio de vídeos-aulas, fluxogramas, matrizes de gerenciamento e planos de ações e ressaltou que  todas as ações foram planejadas de forma que as pessoas idosas se mantivessem em isolamento/distanciamento social. Também Foi disponibilizado o telefone da UBS para qualquer necessidade, chamando a atenção para que os idosos e familiares evitem sair de suas residências para se dirigirem à unidade de saúde. Já o acompanhamento das pessoas idosas e com comorbidades está sendo realizado por meio de vistas domiciliares, contato telefônico ou WhatsApp, visto que estas pessoas já possuem suas próximas consultas programadas e agendadas segundo a estratificação de risco e parametrização.

Encaminhamentos

Como encaminhamentos, o grupo optou por manter as reuniões virtuais a cada 15 dias, onde cada estado poderá propor temas para serem discutidos, além de apresentarem as experiências exitosas proporcionando a troca de conhecimento entre eles.

Ascom Conass

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