DestaqueSaúde e Boa Forma

Iniciativas de combate à obesidade devem iniciar na infância

Os investimentos em programas de medicina preventiva ajudam a reduzir custos das operadoras de saúde e trazer qualidade de vida aos beneficiários. Estes programas são igualmente importantes para o controle e o combate a doenças crônicas, como a obesidade, que registrou grande crescimento nos últimos anos. É sobre este problema e formas de combatê-lo que trata este artigo. Trouxemos também uma iniciativa da GNDI-Sul para prevenção contra a obesidade.

Números da obesidade no Brasil

A proporção de adultos obesos, usuários de planos de saúde, passou de 12,5% para 19,6%. Um aumento de 56,8%. Os dados são do Vigitel Saúde Suplementar 2018, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), publicado em 2019. A obesidade é uma epidemia global que deve ser combatida ainda na infância. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), quatro em cada cinco crianças continuarão obesas ao se tornarem adultas.

Não existe um levantamento quanto ao número de crianças obesas nos planos de saúde, mas há dados sobre a população. O levantamento do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) apontou que uma a cada dez crianças de até 5 anos no Brasil está com excesso de peso. A pesquisa é de 2019.

Um estudo, realizado pelo Ministério da Saúde também em 2019, apontou que o índice de sobrepeso em crianças é de mais de 16%, a obesidade chega a 9,30% e a obesidade grave ultrapassa os 5%. Atualmente, é a doença pediátrica mais comum.

A própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estimula as operadoras de saúde a adotarem programas para o combate, que estimulem as mudanças de hábitos, práticas de atividades físicas e reeducação alimentar, por meio de Promoção de Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev).

Importante lembrar que as doenças crônicas não transmissíveis foram sete das 10 principais causas de morte no mundo, entre 2000 e 2019, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Programas de prevenção à Obesidade Infantil

Modificar hábitos de vida não é uma tarefa simples, principalmente na idade adulta, por isso o combate à obesidade ainda na infância é tão importante. As crianças se adaptam melhor a mudanças. E a obesidade, como é uma doença multifatorial, pode ser vencida com ajuda de uma equipe multidisciplinar.

Estas equipes devem sempre focar que a família é importante para adoção de novos comportamentos. Hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividades físicas devem ser frequentemente encorajadas, assim como reduzidos os tempos em frente a telas, como TV e tablets. Nestes grupos, a operadora ainda pode abordar assuntos como compulsão alimentar, ansiedade, depressão e bullying. Os organizadores do programa podem promover palestras com profissionais de saúde para as famílias e oficinas para as crianças. E um dos pilares é apontar a importância de uma dieta saudável para a manutenção do peso.

Conheça o programa Mova-se

Uma destas iniciativas para combater a obesidade infantil, é o Movimento de Prevenção e Combate à Obesidade Infantojuvenil, o Mova-se, com duração de quatro meses. O programa é desenvolvido pela operadora de saúde GNDI-Sul e tem como alvo pacientes de 6 a 16 anos com sobrepeso ou obesidade. Eles são divididos em grupos pela idade e atendidos por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, educadores físicos, psicólogos e nutricionistas. São realizados encontros periódicos e orientação online.

Obesidade infantil inicia ainda na gestação

A obesidade infantil pode trazer graves consequências na vida adulta. Entre elas, estão o desenvolvimento de diabetes, de pressão alta, de doenças cardiovasculares. Uma outra consequência são problemas nos ossos e articulações, que deveriam aparecer apenas na velhice.

Possuem uma pré-disposição para a obesidade infantil: os prematuros, fetos pequenos ou grandes para a idade gestacional, filhos de mães diabéticas ou pais obesos. Também é um fator a interrupção precoce da amamentação e introdução inadequada da alimentação complementar.

O combate à obesidade infantil inicia na gestação. O médico da gestante deve identificar fatores genéticos e familiares; orientar quanto à alimentação adequada e avaliar o estado nutricional, e sobretudo evitar o nascimento prematuro ou de um neném abaixo do peso.

É importante lembrar que as pessoas desenvolvem o paladar na infância. Por isso é fundamental fornecer uma alimentação adequada à idade e balanceada, evitando processados e açúcares.

Após o nascimento, cabe ao pediatra avaliar e monitorar o peso da criança e o IMC, orientar os pais como regular a alimentação e não forçar o bebê a comer quando não tiver fome.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo