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Estudo mapeia como sintomas menstruais afetam produtividade no trabalho

Em geral, pessoas que menstruam podem enfrentar cólicas fortes, mudanças de humor e fadiga, sintomas que acabam afetando sua rotina pessoal e profissional. Para ter uma melhor dimensão do impacto da menstruação do dia a dia de mulheres, pesquisadores dos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha investigaram como esse período de sangramento afeta a produtividade no trabalho.

Para coletar dados de mulheres que trabalham e menstruam, os autores realizaram uma pesquisa por meio do aplicativo de monitoramento menstrual Flo. Ao todo, 1.867 mulheres maiores de 18 anos e que trabalham nos Estados Unidos responderam o questionário entre 24 de janeiro e 13 de março de 2022. O estudo foi publicado em dezembro do mesmo ano no periódico Digital Health.

Como resultado, 89,3% das mulheres responderam que a menstruação afeta seus níveis de energia e produtividade no trabalho; 86,9% alegam ter mudanças no humor; 77,2% dizem ter mudanças na concentração; e 71,6% relatam falta de interesse no trabalho. Outros pontos citados foram mudanças na eficiência e no relacionamento com os colegas.

Os sintomas relatados mais comuns são as cólicas menstruais (91%), fadiga (85%) e inchaço (81%). Entre aquelas que precisam se abster de suas funções em razão desses sinais, uma média de 5,8 dias de trabalho são perdidos por ano.

Quando indagadas sobre o suporte que tinham para tratar desse assunto no ambiente de trabalho, 49,7% afirmaram que são sentiam que tinham abertura de falar livremente com seus superiores sobre problemas relacionados à sua menstruação.

Além disso, 48,4% das mulheres dizem que não recebem suporte de seus superiores por problemas causados pelo ciclo menstrual e 94,6% não têm programa de bem-estar que possa ajudar nesses casos. Mais de três quartos (75,6%) das participantes afirmam que gostariam que esse tipo de benefício fosse implantado nas empresas.

“Acho que esses resultados demonstram como as mulheres são resilientes: elas são capazes de continuar trabalhando e sendo produtivas apesar do impacto significativo que os sintomas menstruais têm”, afirma, em nota, Jennifer L. Payne, coautora do estudo e diretora do Programa de Pesquisa em Psiquiatria Reprodutiva da Escola de Medicina da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos.

As participantes do estudo também apontaram que algo que as ajuda a entender e lidar melhor com seus ciclos são intervenções de saúde digital, como o próprio aplicativo usado na pesquisa.

Para os autores, a pesquisa pode ajudar as empresas a entender melhor suas funcionárias e a criar políticas internas sobre o assunto. “As organizações fariam bem em prestar atenção a este estudo e promovessem ambientes onde as mulheres possam se sentir à vontade para atender às suas necessidades relacionadas ao ciclo menstrual”, conclui Payne.

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