
Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, morreu nesta quarta-feira (23), aos 43 anos, em Aracaju (SE), após ser internada com problemas renais. A artista veio à óbito devido a um quadro de comprometimento multissistêmico, segundo nota emitida pelo Hospital Primavera.
“Nas últimas 24 horas, [Abelha] apresentou importante agravamento de lesões neurológicas, constatadas em ressonância magnética, e associada a coma profundo”, detalha a instituição hospitalar. “Foi então iniciado protocolo diagnóstico de morte encefálica, que confirmou hipótese após exames clínicos e complementares específicos”.
Quadro de saúde
Em 11 de fevereiro, a cantora deu entrada no Hospital da Unimed, em Aracaju, depois de passar mal durante a turnê de sua banda em São Paulo. Tudo começou com um desmaio poucos dias antes, às vesperas de uma entrevista ao podcast Podpah. “Eu senti um ‘passamento’, um desmaio”, a artista diz no programa. “Qualquer coisa, se eu ficar tonta, eu vou ali. Mas comi igual a uma lontra, ontem jantamos um sushi maravilhoso”.

Depois que foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Abelha passou por uma diálise para remover substâncias tóxicas que ficam retidas no organismo quando os rins deixam de funcionar.
Após a artista entrar em coma na quinta-feira (17), um boletim emitido três dias depois constatou um quadro neurológico grave. A cantora dependia de aparelhos para respirar. Seis dias se passaram até ser divulgada a morte encefálica por conta do comprometimento multissistêmico.
O que é o comprometimento multissistêmico?
É quando ocorrem danos em vários órgãos, afetando o corpo como um todo. Conforme o médico John C Marshall, do Departamento de Cirurgia do Hospital Geral de Toronto, no Canadá, descreve em artigo, a causa mais comum para a morte de pacientes internados na UTI é a falência de múltiplos órgãos, também conhecida como síndrome de disfunção de múltiplos órgãos.
“Embora a síndrome envolva a disfunção de muitos órgãos, ela também afeta sistemas fisiológicos que não são classicamente considerados órgãos, incluindo o sistema hematológico, o sistema imunológico ou o sistema endócrino”, escreve Marshall. “Por fim, embora seja descrita como uma síndrome, seu curso clínico e suas causas são muito variáveis.”