A primeira vacina contra a Covid totalmente brasileira recebeu, nesta sexta-feira (7), o registro da Anvisa.
A fábrica de Bio-Manguinhos está pronta para começar a produção na semana que vem. Todo o processo leva cerca de 20 dias, incluindo a formulação, o envase e o controle de qualidade.
A previsão da Fiocruz é que a primeira vacina contra a Covid 100% nacional chegue aos pontos de saúde a partir da primeira semana de fevereiro. Ainda segundo a Fiocruz, nos próximos cinco meses, serão entregues 130 milhões dessas doses ao Ministério da Saúde.
“Exatamente a mesma eficácia, a mesma segurança. Essa foi a deliberação da Anvisa no sentido de comparar Bio-Manguinhos com outros locais de produção da vacina. São 28 no mundo, desta vacina, com a transferência feita através desse acordo com a AstraZeneca”, explica a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
A fundação deu início à produção em larga escala das doses de AstraZeneca em 8 de março de 2021, mas o IFA, o ingrediente farmacêutico ativo, vinha da China. Com essa matéria-prima importada foram entregues 153,2 milhões de doses entre março e dezembro.
A produção da matéria-prima nacional foi possível depois de um acordo de transferência tecnológica feito com a biofarmacêutica AstraZeneca. Os primeiros anúncios da Fiocruz previam a entrega ainda em 2021. Mas houve atrasos.
“Trabalhamos esse processo de transferência de tecnologia em um ano, que é um tempo recorde. Muitos testes de qualidade são feitos em laboratórios de todo o mundo exatamente para comparar a vacina produzida aqui com outros locais de fabricação. Então, são cuidados necessários”, afirma a presidente da Fiocruz.
Depois de passar por vários testes, nesta sexta, a Anvisa aprovou o registro do IFA brasileiro. A fundação já tem matéria-prima suficiente para fabricar 20 milhões de doses nacionais.
“É um momento histórico de uma transferência de tecnologia bem-sucedida de uma vacina que já foi aplicada em mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, a vacina mais aplicada hoje no mundo e que o Brasil está dentro desse esforço global”, diz Nísia Trindade Lima.
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