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Diarreia: o que é, sintomas, causas e tratamentos

diarreia é um quadro caracterizado pelo aumento no número de evacuações e pela alteração na consistência das fezes, que se apresentam de forma mais líquida ou pastosa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema é a segunda principal causa de morte em crianças menores de cinco anos.

Além disso, quando considerados também os mais velhos, está entre as 10 principais causas de morte do mundo. O principal risco é que a diarreia leva a pessoa à desidratação devido à perda de água e eletrólitos importantes para o funcionamento do organismo.

Os 3 tipos de diarreia

 

Segundo a OMS, existem três tipos clínicos de diarreia. São eles:

  • Diarreia aguda aquosa: pode durar de horas até dias, causando perda de grande volume de fluidos e levando até a uma desidratação;
  • Diarreia aguda com sangue (disenteria): caracterizada pela presença de sangue nas fezes, o que representa uma lesão na mucosa intestinal;
  • Diarreia persistente: quando a diarreia aguda se estende por mais de 14 dias, o que eleva o risco de complicações.

 

Quais os sintomas da diarreia?

 

O principal sintoma da diarreia é o aumento do número de evacuações por dia ou a alteração da constância das fezes, que ficam pastosas ou líquidas. Outras queixas que podem acompanhar são:

  • Sangue nas fezes;
  • Dor na barriga;
  • Febre;
  • Suor frio.

 

O que causa a diarreia?

 

A diarreia costuma ser uma consequência de outro problema de saúde. Geralmente é um sintoma de infecções por microrganismos bacterianos, virais ou parasitários, muitas vezes disseminados pela água contaminada com fezes ou alimentos mal higienizados.

Alguns deles são o Rotavírus e a bactéria Escherichia coli. Os casos de diarreia por contaminação são mais prevalentes em regiões carentes de saneamento básico adequado, higiene e acesso à água segura para consumo, preparação de alimentos e limpeza.

Além disso, a diarreia pode estar associada a uma desnutrição subjacente. Nesse caso, cada episódio de diarreia agrava ainda mais a desnutrição, alerta a OMS, o que gera um ciclo perigoso.

A diarreia pode ainda estar pontualmente associada ao uso de medicamentos, como antibióticos, que interferem na microbiota intestinal.

A Sociedade Brasileira de Medicina da Família e da Comunidade (SBMFC) cita também a possibilidade de o problema ser decorrente de procedimentos no intestino ou no estômago, de tratamento de úlceras, de alergias alimentares, estresse, doenças inflamatórias do intestino, entre outros.

Quanto tempo dura uma diarreia?

 

Na maioria dos casos, que são em decorrência de uma infecção, a diarreia se resolve sozinha em poucos dias. Se a diarreia persistir por mais de 5 dias, é um sinal para buscar ajuda médica.

Quando é que a diarreia é preocupante?

 

O principal risco associado à diarreia é a desidratação. A orientação é que, se a diarreia não se resolver em até 5 dias, o acompanhamento médico seja buscado. Essa atenção, no entanto, deve ser maior com idosos e crianças, que podem se desidratar de forma mais rápida.

Além disso, outros cenários podem indicar que o caso é mais grave do que o comum e levar à procura pelo atendimento médico antes da espera pelos 5 dias. Segundo a SBMFC, sintomas como febre, muco ou pus nas fezes são alguns deles.

Manifestações que indiquem um quadro de desidratação também devem acender um alerta maior. A OMS explica que pelo menos dois dos sintomas abaixo podem representar um cenário em que o paciente está desidratado:

  • Inquietação, irritabilidade;
  • Boca seca;
  • Menos urina;
  • Olhos fundos;
  • Bebe ansiosamente, com sede.

 

Se houver dois ou mais dos sintomas abaixo, pode ser um sinal de desidratação grave:

  • Letargia/inconsciência;
  • Olhos fundos;
  • Incapaz de beber ou beber mal
  • Se realizar um aperto na pele, ela volta muito lentamente, demorando mais de 2 segundos.

 

O que fazer para parar a diarreia?

 

A SBMFC destaca que o primeiro passo é não tomar medicamentos sem consultar um médico, pois isso pode piorar o quadro. Na maioria das vezes, o tratamento envolve apenas tomar bastante líquido para evitar a desidratação e alimentar-se com comidas leves, evitando alimentos que “soltam” o intestino, como café, refrigerantes, doces e itens gordurosos.

Para auxiliar na reidratação, já que a diarreia leva à perda de água e eletrólitos, o Ministério da Saúde e a OMS recomendam também o uso de soro caseiro. Ele pode ser preparado por meio da mistura de um litro de água potável, uma colher pequena de sal e uma colher grande de açúcar.

A solução pode ser ingerida diversas vezes durante o dia e é absorvida no intestino delgado, onde repõe a água e os eletrólitos perdidos nas fezes para combater a desidratação.

Nos casos em que a diarreia é persistente, o médico deverá ser consultado para avaliar as causas específicas do quadro e tratá-lo da forma apropriada.

O que se deve comer quando se está com diarreia?

 

De acordo com o Hospital Sírio-Libanês, a alimentação rica em fibras ajuda a regular o trato intestinal e combater a diarreia. Por isso, deve-se priorizar:

  • Leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja em grão);
  • Grãos, farelos e farinhas (como arroz) integrais;
  • Pães e biscoitos integrais;

 

Vegetais: agrião, alface, abóbora, abobrinha, aipo, aspargos, beterraba, brócolis, couve, acelga, batata-doce, rúcula, escarola, erva-doce, espinafre, repolho, salsa, cebolinha, cebola, cenoura crua, couve-flor, milho verde, nabo, pepino, pimentão, quiabo, rabanete, tomate cru, vagem.

Frutas: abacate, abacaxi, ameixa fresca, ameixa seca, amora, banana, caju, cereja fresca, coco fresco e/ou seco, damasco seco, figo fresco e/ou seco, goiaba, kiwi, laranja (com o bagaço), maçã com casca, manga, maracujá, mamão, melancia, melão, tangerina, morango, nectarina, pera com casca, pêssego com casca, tâmara, uva fresca e passa.

Como prevenir a diarreia?

 

A OMS cita como medidas chave para prevenir o desenvolvimento de diarreias:

  • Acesso à água potável;
  • Utilização de sistemas de saneamento básico adequados;
  • Lavagem das mãos com sabão;
  • Aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida;
  • Manutenção de boas práticas de higiene pessoal e alimentar;
  • Educação em saúde para entender como as infecções se disseminam;
  • Imunização contra o rotavírus.

 

Fontes: Ministério da Saúde; Sociedade Brasileira de Medicina da Família e da Comunidade (SBMFC); Organização Mundial da Saúde (OMS) e Hospital Sírio-Libanês./ O Globo

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