Sem vacina e com fila para UTI, MS tenta conter casos de ‘fungo negro’.

A circulação da variante P1, rebatizada de gamma pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em Mato Grosso do Sul, criou um cenário de caos no sistema de saúde do estado.

Até ontem, 264 pacientes aguardavam por uma vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Com a vacinação suspensa por falta de doses e duas suspeitas de mucormicose (doença conhecida por “fungo negro”), se enfrentam os piores dias de pandemia de covid na região.

Um dos pacientes suspeitos morreu. Outro está em tratamento e sob investigação. A Secretaria da Saúde aguarda resultado de análises.

Ao UOL, a secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, ressaltou que a infecção já é registrada no Brasil antes da chegada do novo coronavírus

“É uma doença que não é de hoje, agora tem se dado em pacientes imunodeprimidos, principalmente diabéticos. O que precisamos fazer é notificar os hospitais para que se possa fazer o manejo clínico da melhor forma”, disse.

O infectologista Paulo Lotufo reforçou que os casos são raros e que não representam risco de pânico. Ele ressaltou que a mucormicose é oportunista e aproveita de alterações imunológicas no organismo.

“O Hospital das Clínicas de São Paulo, que reúne muitos casos de doenças graves, não tem dez casos dessas infecções por ano. A covid-19 altera o epitélio nasal e o fungo pode se aproveitar disso. Aqui no Brasil e no restante do mundo, com exceção da Índia, continua sendo raro”, disse.

Algumas características agravam a situação na Índia. “Eles usaram doses de corticoide muito altas, quase todos são diabéticos, mascam muito fumo e também tiveram os banhos com esterco de vaca contra a covid-19”, afirmou Lotufo.

Vacinação suspensa

O ritmo de aplicação do imunizante contra a covid-19, que é o mais acelerado no país, precisou ser suspenso no domingo (6), em Mato Grosso do Sul, por conta da falta de novas doses. No entanto, de acordo com a secretária-adjunta, a situação deve ser normalizada amanhã com a chegada de um novo lote da Pfizer, com 30.420 doses.

“Essas vacinas amanhã vão para os municípios e eles já voltam a vacinar. Demoramos menos de 12 horas para levar para as cidades. Sempre somos o primeiro ou o segundo estado na aplicação de doses”, afirmou.

Até o momento, 378.054 já receberam a segunda dose da vacina, representando 13,46% da população, segundo o consórcio.

 

Fonte: Uol

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