Entenda o ensaio clínico israelense com a 4ª dose da vacina da Pfizer

Com o surgimento de novas variantes, a terceira dose da vacina contra a Covid-19 está sendo aplicada em vários países do mundo, inclusive no Brasil. Mas os cientistas já estão investigando a aplicação de uma quarta dose: em Israel, um ensaio clínico para testar este novo reforço começou nesta segunda-feira (27).

Como acontece a pesquisa?

Segundo o The New York Times, o centro hospitalar Sheba Medical Center, perto de Tel Aviv, irá averiguar a eficácia e segurança da quarta dose do imunizante desenvolvido pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech. O reforço, que deve ser aplicado em 6 mil pessoas, já foi administrado em 150 médicos que receberam a terceira dose da mesma vacina há pelo menos quatro meses.

Os profissionais da saúde têm uma contagem baixa de anticorpos e o estudo testará o efeito da quarta dose sobre este nível, bem como na prevenção do contágio. O ensaio está sendo feito em conjunto com o Ministério da Saúde de Israel.

“Espera-se que este estudo esclareça o benefício adicional de dar uma quarta dose e nos leve a entender se e para quem vale a pena dar esse reforço”, conta Gili Regev-Yochay, líder da pesquisa, ao veículo local The Times Of Israel.

O estudo originalmente estava programado para começar há duas semanas e provavelmente com um grupo maior de voluntários, mas foi adiado pois não havia recebido as aprovações necessárias para prosseguir.

Pressa e receio da Ômicron

Antes mesmo do ensaio clinico, na última terça-feira (21), o painel consultivo do ministério de saúde israelense já havia assinado a distribuição de uma quarta dose da Pfizer para maiores de 60 anos e para outras pessoas do grupo de risco.

A medida ocorreria para reforçar a proteção contra a variante Ômicron do coronavírus. Porém, o ministério adiou a decisão após analisar dados preliminares sugerindo que as pessoas com a cepa têm entre 50% a 70% menos probabilidade de precisar de hospitalização do que aquelas com a variante Delta.

Especialistas debateram se a quarta dose seria propícia no momento, diante da escassez de dados técnicos para apoiar a decisão. O painel consultivo reconheceu a incerteza sobre os efeitos da Ômicron na vacinação, mas apontou para evidências de diminuição da imunidade em pessoas que estavam entre as primeiras a receber uma terceira dose em agosto.

 

Micrografia eletrônica de uma célula (azul) fortemente infectada com partículas do vírus Sars-CoV-2 (amarelo), isolada de uma amostra de paciente (Foto: NIH Image Gallery)
Micrografia eletrônica de uma célula (azul) fortemente infectada com partículas do vírus Sars-CoV-2 (amarelo), isolada de uma amostra de paciente (Foto: NIH Image Gallery)

Dados israelenses indicaram ainda uma duplicação da taxa de infecção pela variante Delta, então dominante entre pessoas com 60 anos ou mais, quatro ou cinco meses após a terceira dose. Além do mais, o painel argumentou que os benefícios de uma quarta dose seriam maiores do que os riscos.

Ainda assim, muitos especialistas ficaram preocupados sobre os efeitos da quarta aplicação. Alguns acreditam que muitas doses poderiam causar uma “fadiga” no sistema imunológico, prejudicando a habilidade do corpo de combater o coronavírus, sobretudo nos indivíduos mais velhos.

Um alto funcionário do Ministério de Saúde de Israel disse semana passada que, antes de tomar uma decisão sobre a quarta dose, a pasta irá reunir informações de outros países, especialmente sobre o risco de doença grave provocada pela infecção pela variante Ômicron entre os idosos. Os dados iniciais do estudo clínico também ficarão disponíveis em alguns dias.

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