Laringite: veja causas, sintomas e tratamentos

Laringite é um termo genérico que engloba todos os processos inflamatórios da laringe, órgão que se situa no pescoço e que se une superiormente à faringe e inferiormente à traqueia e ao esôfago. A doença acomete todas as idades, mas especialmente pessoas que têm alta demanda da voz, que ficam expostas a fumaça, que têm refluxo gastroesofágico, fumantes e indivíduos que fazem uso excessivo de álcool.

De acordo com o otorrinolaringologista Luciano Moreira, membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, as laringites podem ser decorrentes de infecções por vírus e bactérias, mas também por processos alérgicos, pelo refluxo de conteúdo ácido do estômago, por inalação de substância irritante e por uso abusivo da voz. A desidratação e o consequente ressecamento da mucosa laríngea também podem colaborar para os sintomas.

Como é um quadro infeccioso, em princípio, a causa é basicamente o contágio com o vírus ou bactéria pelo ar. Dentre os vírus causadores, os principais são os parainfluenza, influenza, o vírus sincicial respiratório, o rinovírus, adenovírus e outros que podem causar a doença.

Quais os principais sintomas e quanto tempo duram?

Uma das principais funções da laringe é a modulação da voz. Sendo assim, a rouquidão costuma ser um dos principais sintomas. O inchaço das pregas vocais (também conhecidas como cordas vocais) prejudica a vibração delas. Também podem ocorrer pigarro, sensação de ressecamento e ardência, tosse e, nos casos mais sérios, dor, febre e falta de ar.

Segundo o otorrinolaringologista Carlos Barone, diretor da Sociedade Carioca de Otorrinolaringologia, alguns casos podem apresentar secreção desde o início dos sintomas. Em crianças, a falta de ar e um ruído na respiração (estridor laríngeo) também pode ser um indício da infecção, visto que a laringe é menor. Os sintomas da laringite aguda geralmente duram de sete a dez dias.

Como é feito o diagnóstico?

A história clínica de rouquidão e os principais sintomas da inflamação já são suficientes para levantar a suspeita dos diferentes quadros de laringite. Porém, o diagnóstico mais preciso é feito com o auxílio da videolaringoscopia — fibras óticas rígidas e flexíveis capazes de fazer imagens em alta resolução de todo o órgão e, especialmente, das pregas vocais.

Qual a forma de tratamento da doença?

Segundo o otorrinolaringologista Luciano Moreira, o tratamento pode envolver uso de medicamentos anti-inflamatórios e antibióticos, medidas alternativas de alimentação para evitar o refluxo gastroesofágico e, ainda, as terapias fonoaudiológicas de voz para melhora da técnica vocal especialmente em músicos, atores, professores, palestrantes e outros profissionais com alta demanda de uso da voz.

Existe prevenção?

A laringe é um órgão extremamente complexo do ponto de vista anatômico e fisiológico. Suas articulações são dotadas de movimentos complexos e sua superfície apresenta diferentes tipos de mucosa, sujeitas ao contato com alimentos, poluentes e ao ar em diferentes níveis de umidade, poluição e temperatura.

Além disso, a laringe e a voz podem ser afetadas pelo uso abusivo da voz, pelo estado emocional e pela desidratação. Assim, a prevenção das laringites envolve beber pelo menos 2 litros de água e líquidos ao dia, uma dieta balanceada que evite o abuso de carboidratos principalmente no horário da noite, o bom uso da voz e o controle do estresse.

O especialista lembra ainda que doenças do trato respiratório, como a laringite, sempre se acentuam no outono e no inverno, que são períodos mais frios e as pessoas têm uma tendência maior a aglomeração, a ficarem confinadas em espaços fechados, sem a adequada ventilação. Esse contato mais próximo favorece a disseminação das doenças respiratórias.

Referências: Luciano Moreira, otorrinolaringologista do Hospital São Vicente de Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia; Carlos Barone, otorrinolaringologia do Hospital Badim, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e diretor da Sociedade Carioca de Otorrinolaringologia; Hospital São Luiz; Academia Brasileira de Laringologia e Voz

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