MARANHÃO – Casa de Apoio Ninar recebe reconhecimento de pai de criança em tratamento pós-cirúrgico

“Deixamos a carteira do plano de saúde em casa, pegamos o cartão do SUS e fomos ao encontro de uma surpresa muito maior. Ao chegarmos no Ninar, recebemos um atendimento acolhedor, preparado, e ainda conhecemos pessoas que precisam dele bem mais do que nós. Para alguém que já esteve, num passado não tão distante, em fila de consulta às 4h da manhã, o choro foi inevitável”. Esse é o relato de Victor Hugo Freitas Machado Cândido, 35 anos, pai de Beatriz Rodrigues Cândido, de 1 ano e 7 meses, que está em tratamento na Casa de Apoio Ninar, unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Há seis meses, Beatriz foi submetida a uma delicada cirurgia cerebral em São Paulo. Os pais descobriram um tumor sugestivo a partir de exames de imagem e procuraram um neurocirurgião de referência. Apenas durante o procedimento cirúrgico, que durou seis horas, foi constatada uma lesão benigna chamada de cavernomas – que são ‘cavernas’ repletas de sangue venoso e que ao aumentar de tamanho podem romper e ocasionar um sangramento de pequeno volume. “Isso tudo começou com uma súbita convulsão enquanto nossa filha dormia à tarde, mesmo sem estar doente ou febril. Pelos exames de imagem parecia ser um tumor, mas só então na cirurgia descobrimos que era um cavernoma”, lembra o pai.

A partir da operação, os pais de Beatriz retornaram ao Maranhão e pesquisaram nomes de profissionais capacitados na tentativa de avaliar o quadro clínico da menina. “Ela se recuperou bem da cirurgia, mas tem apresentado déficits de comportamento, possivelmente por conta do trauma operatório. Buscando profissionais de referência na área, percebemos que eles estavam atuando na Casa de Apoio Ninar. Chegamos lá e verificamos que não apenas a equipe, mas toda estrutura física e material era de vanguarda”, conta Victor Hugo.

Beatriz, desde então, iniciou o acompanhamento com neurologista e terapeuta ocupacional da unidade. A criança terá continuidade no atendimento com fonoaudiólogo e oftalmologista nos próximos dias. “Essa é outra ação que achei fantástica. Minha filha conseguir ser avaliada rapidamente por diversos especialistas no mesmo lugar. A Ninar é uma lição de vida e tem uma gestão ótima”, pontua o pai.

Comovido diante do atendimento recebido pela equipe multidisciplinar, Victor Hugo usou seu perfil no Instagram para não apenas elogiar o trabalho, mas, sobretudo, apontar a surpresa ao observar o serviço público de qualidade. “A lição que a Casa de Apoio Ninar me deixou, enquanto implementação de política pública, foi algo renovador. Vai muito além da saúde da minha filha. Concretiza a visão que sempre sonhei a respeito do papel do Estado e de governos”, descreveu na rede social.

“O depoimento do Vitor Hugo me fez perceber ainda mais o quanto a equipe da Casa de Apoio Ninar vem desenvolvendo um trabalho de qualidade e humanizado. Fiquei muito feliz e emocionada, pois como ele mesmo mencionou em sua declaração, é possível sim, termos um atendimento de qualidade na rede SUS. Tenho muito orgulho e gratidão em poder participar desse projeto”, declarou a terapeuta ocupacional Valéria Souza, que integra a equipe multidisciplinar que cuida da pequena Beatriz.

Casa de Apoio Ninar

Além de um lugar de acolhimento para as famílias e crianças, oferece um espaço para o desenvolvimento de atividades multidisciplinares que incluem avaliações médicas, oficinas, palestras, circuito de estimulação multidisciplinar, musicalização infantil e de adulto, arte terapia e dança, entre outras ações. O local é uma vertente de atuação que complementa o trabalho do Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (Ninar).

Conheça o depoimento na íntegra

“Ontem o dia foi de grandes emoções, e não foi só por causa do futebol. Estive com minha filha na Casa de Apoio Ninar, projeto mantido pelo SUS, onde ela iniciou acompanhamento terapêutico. Há seis meses, ela foi submetida a uma delicada cirurgia no cérebro, e agora necessita de atendimento multiprofissional. Ao procurarmos a melhor estrutura para sua terapia, tivemos a primeira surpresa ao constatar que os profissionais de referência e a estrutura mais moderna seriam acessíveis pela rede pública. Já admirados, deixamos a carteira do plano de saúde em casa, pegamos o cartão do SUS e fomos ao encontro de uma surpresa muito maior. Ao chegarmos na Ninar, recebemos um atendimento acolhedor, preparado, e ainda conhecemos pessoas que precisam dele bem mais que nós. Pra alguém que já esteve, num passado não tão distante, em fila de consulta às 4:00 da manhã, o choro foi inevitável. Por mais que saibamos que saúde pública de qualidade é um direito, somos condicionados, pela opressão imposta pela podridão política, a desacreditar nisso. A vivência que tive na maior parte da vida, ao lado dos que foram esquecidos historicamente em nosso Estado, não foi apagada pelas oportunidades que, graças a Deus e ao enorme esforço dos meus pais, pude aproveitar num passado recente. Conheço, convivo e continuo amigo de muitos que se esforçaram muito mais que eu, mas que, por circunstâncias da vida, não conseguiram ter a opção da rede privada de saúde. Por tudo isso, ver uma estrutura daquela acessível ao povo (e para casos tão delicados e especiais) foi demais para mim. A lição que a Casa Ninar me deixou, enquanto implementação de política pública, foi algo renovador. Vai muito além da saúde da minha filha. Concretiza a visão que sempre sonhei a respeito do papel do Estado e de governos. Por obra do mesmo modelo arcaico e cruel que um dia me levou à fila, não se pode ver pela TV o que vi ontem com meus próprios olhos. Mas a verdade não prescreve. Ela segue como uma corrente, lenta e constante; como uma maré que vai tomando conta das encostas até que todos a percebam. Depois do que vivi ontem, senti-me no dever de ajudar nesse curso. É possível, sim, mudar o mundo pra melhor”.

Victor Hugo Freitas Machado Cândido em texto postado em rede social na tarde do dia 22 de fevereiro de 2018.

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão

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